Pesquisa realizada pela consultoria Ilumeo revelou que o uso de comandos de voz cresceu 47% entre os brasileiros durante a pandemia, com mais da metade dos entrevistados enxergando um maior valor agregado a aparelhos com a tecnologia. A pesquisa realizada entre março e julho deste ano identificou que os brasileiros associam a tecnologia mais ao Google do que às outras empresas, incluindo Apple e Amazon.
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O estudo realizado pela empresa de data science entrevistou 1.100 brasileiros sobre o uso da tecnologia, tanto no celular quanto em outros eletrônicos no cotidiano. O relatório mostra ainda que a maioria dos brasileiros já não se espanta ao ver pessoas utilizando comandos de voz com seus dispositivos, com 63% dos entrevistados respondendo que consideram o ato comum.
Entre os consultados, 48% responderam que utilizam comandos de voz pelo menos uma vez por semana e quase 20% usam a tecnologia diariamente. Além disso, dois terços dos entrevistados responderam que gostariam de usar mais dispositivos com assistentes virtuais a curto prazo.
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Valor agregado
Outra revelação da pesquisa é que mais da metade dos brasileiros acredita que a opção de controle por voz dá mais valor ao aparelho, com 52% dos entrevistados respondendo que estão dispostos a pagar um pouco mais caro por um produto que tenha a tecnologia.
Entre os aparelhos mais citados para trocas nos próximos 12 meses, smartphones e televisores foram mencionados por 58% e 54% dos entrevistados, respectivamente, seguido de smartwatches (37%), computadores (31%) e alto-falantes conectados (27%).
Curiosamente, ao serem perguntados com quais marcas associam com o termo “assistentes de voz”, os entrevistados citaram majoritariamente o Google, Apple e Amazon, mas se lembraram ainda de empresas como Bradesco e Vivo, que divulgaram o lançamento de suas assistentes em campanhas online e nas mídias tradicionais.
Bem-estar e saúde
Apesar de a pesquisa não ter abordado especificamente questões de saúde — particularmente ansiedade e estresse durante a pandemia — algumas das respostas citaram o tema, tanto física quanto mental.
“Seria legal se ele auxiliasse na crise de ansiedade, reconhecendo a voz de nervosismo da pessoa e abrindo algo que o acalme”
“Para ser um doutor para nosso dia a dia e cuidando da nossa saúde básica”
“Programação de vacinas para recém-nascidos”
Outros entrevistados lembraram ainda do potencial das tecnologias de assistentes virtuais em acessibilidade, com menções à possibilidade dos dispositivos ajudarem, por exemplo, pessoas com deficiências visual e física:
“Um aplicativo de transporte que auxiliasse as pessoas cegas ou com baixa visão a pegar o ônibus corretamente”
“Para acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência física”
Espaço para melhorar
Apesar do aparente otimismo dos consumidores, alguns aspectos negativos foram destacados pelos entrevistados. 43% consideram os aparelhos caros, enquanto pouco mais da metade dos participantes revelaram desconfiança com relação à privacidade — mas apenas 22% afirmaram que consideram isso um impedimento de uso da tecnologia.
Cerca de um terço dos participantes afirmou que o principal impedimento para o uso dos comandos de voz são os erros de interpretação dos comandos. Ao ser consultada pelo Canaltech, a Ilumeo não identificou uma variação expressiva nas respostas de entendimento das assistentes virtuais em diferentes grupos sociais, faixas etárias ou regiões do país, o que indica que não se trata de uma questão de sotaque, repertório linguístico ou sociocultural.
Potencial doméstico
Além dos eletrônicos, os entrevistados lembraram de outros aparelhos pela casa que gostariam de controlar com comandos de voz. O mais citado foi a iluminação doméstica, com 68% de menções, seguido de ar condicionado/ventilador (64%), eletrodomésticos de cozinha (63%), chuveiros e torneiras (54%) e compras para o lar (50%).
Outro uso desejado foi o dos aplicativos de transporte, como Uber ou 99. A consultoria lembra que os apps já oferecem integração com as assistentes de voz em celulares com os sistemas da Apple e Google, indicando um possível problema de divulgação do recurso.
A Ilumeo destacou que a pesquisa mostra o quanto a tecnologia das assistentes virtuais agrega valor a produtos e serviços aos olhos dos consumidores, mas que ainda há muito espaço para que seu uso cresça. Uma das sugestões da empresa é que as soluções precisam ser voltadas para praticidade e conforto, especialmente porque, diferentemente do que alguns podem pensar, os consumidores brasileiros não enxergam na tecnologia um símbolo de status.
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Fonte: Canaltech