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Spotify terá IA altamente avançada para prever músicas com precisão

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Pesquisadores do Spotify criaram um modelo de aprendizado de máquina capaz de realizar uma análise contrafactual do comportamento do usuário. O objetivo é otimizar os resultados do algoritmo de entrega das músicas, playlists e podcasts.

Com o novo formato, o streaming poderia identificar melhor o passado para antever decisões futuras com base nas ações de cada pessoa e no contexto envolvido. O relato da descoberta foi publicado na revista Nature Machine Intelligence, com uma explicação matemática bastante complicada.

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Com um modelo contrafactual, a IA do Spotify poderia entender o passado e prever o futuro com mais precisão (Imagem: Fath/Unsplash)

Uma análise contrafactual questiona um modelo de IA para determinar quais alterações seriam necessárias em um determinado ponto de dados para inverter a decisão do modelo. A explicação parece complicada, mas o conceito é fácil de compreender com alguns exemplos.


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Exemplo prático da aplicação

Imagine que o algoritmo do Spotify sugere que você ouça a nova música da Anitta. Você se interessa, toca no alerta da tela do celular, mas desiste de escutar porque alguém ligou para você no exato momento.

Um modelo simplificado entenderá que a sugestão foi ruim, porque levou a pessoa até o app, mas não houve a conversão — neste caso, o toque no botão de play. Um algoritmo básico talvez parasse de recomendar músicas da artista, porque percebeu não ter sido eficaz na tentativa anterior.

Um modelo com análise contrafactual considerará a interrupção como algo relevante. A pessoa abriu o app, mas não reproduziu a música por alguma razão, então é preciso descobrir a causa. E se a sugestão tivesse sido mais cedo, fora do horário comercial? Ou, quem sabe, logo após você terminar de ouvir seu podcast favorito? São múltiplas variáveis analisadas pela IA.

Como funciona uma análise contrafactual?

Outro exemplo: você coloca uma playlist romântica para tocar às 22h em um final de semana. Isso não é um indicativo de que você ama escutar Julio Iglesias, como um algoritmo rudimentar pensaria, mas, sim, que naquele dia especificamente havia alguma “ocasião especial”.

Um sistema simplificado poderia começar a sugerir várias músicas românticas para você no dia seguinte. Já uma IA com capacidade de análise contrafactual pode fazer a mesma sugestão apenas quando identificar que você está em um jantar íntimo na sua casa.

Músicos também podem se beneficiar dessa tecnologia para entender por que seu lançamento não foi bem-sucedido. Será que distribuir um álbum inédito na quarta-feira à noite seria melhor que fazê-lo no domingo à tarde? É aquela velha oportunidade de se rebobinar a fita para entender onde houve o erro.

Embora seja mais complexa de se desenvolver, essa modelagem é muito mais eficaz porque correlaciona vários argumentos. Para os desenvolvedores, fica mais claro quais mudanças precisam ser feitas para refinar o aplicativo, o algoritmo e os ajustes.

Quando chega a nova IA do Spotify?

Como os pesquisadores apenas desenvolveram um modelo, ainda será preciso passar por uma fase de implementação e de testes. Não há uma previsão de quando o streaming musical começará a usar nova metodologia.

O modelo de aprendizado de máquina da equipe do Spotify é de propósito geral, logo pode ser usado para fazer várias perguntas contrafactuais sobre muitos cenários diferentes. Saúde, educação, construção civil e outros setores também poderão aplicá-lo com os devidos ajustes.

Fato é que essa modelagem poderia ter um grande impacto na indústria, principalmente se reproduzido para redes sociais ou sites de comércio eletrônico. Resta saber como isso será aplicado na prática e quais os potenciais usos planejados.

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Fonte: Canaltech