A Saga, escola de arte digital e games, está lançando três cursos com aulas online ao vivo, fora do modelo convencional de ensino a distância. A novidade faz parte de investimentos da escola em digitalização dos cursos, com investimento de R$ 1,5 milhão até meados de 2021.
A proposta da escola é manter as suas 16 unidades físicas em todo o Brasil. Contudo, os espaços devem passar a ser centros de estudos, criações de projetos e de network.
O projeto da Saga Digital começou em 2018, mas se fortaleceu por conta da pandemia em 2020. A empresa teve de contratar infraestrutura para as aulas e profissionais capacitados, além de mudar o marketing para um projeto online.
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“A questão é que, antes, tínhamos opções, era conveniente falar: ‘vamos fazer isso só ano que vem?’. Só que veio a pandemia e ela não dá um tempo a mais para gente. Ela chega e fala: ‘a partir de agora, fecha tudo, não tem aula física e se vira nos trinta’. Tivemos de parar e rever as nossas prioridades”, explica Alessandro Bomfim, cofundador e CEO da Saga, em entrevista ao Canaltech.
Como funcionam as aulas?
A Saga trabalha no discurso de que as aulas são online e não no sistema de ensino a distância convencional. Para isso, há o reforço na retórica de que a aula é ao vivo, embora ainda mediada por um computador.
“As aulas são online e ao vivo, não é sistema de aulas gravadas. Não é uma plataforma em que você entra em um aplicativo sem professor. Elas acontecem com um professor e a sua turma. Isso é um grande diferencial”, aponta o CEO.
A questão, para Bomfim, é que, ao participar de uma turma, com o professor ao vivo, a dinâmica de aprendizado é mais próxima. Por exemplo: é possível mostrar seu trabalho para o professor, retirar dúvidas já no momento das aulas e interagir com colegas. Assim, as turmas são fechadas, com aulas em horários específicos e até dois encontros semanais. Embora o foco seja no ao vivo, todas as aulas são gravadas e podem ser revistas pelos alunos.
Cursos
Com isso, a Saga passa a oferecer três cursos diferentes para aulas online ao vivo. A primeira se chama Playgame 5.0 e é voltada para desenvolvimento de jogos. A ideia é que os estudantes aprendam os conceitos básicos em até 24 meses com aulas semanais, conseguindo fazer uma demo jogável ao final.
Outro curso online será o de animação 2D chamado Ilustração Vetorial e Animação. A proposta é desenvolver conhecimentos de Adobe Ilustrator e After Effects para aplicação em publicidade e propaganda, social media e mais. O curso tem duração de 4 meses, podendo ter uma ou duas aulas semanais.
Por fim, a escola também oferece um curso de Photoshop: do Zero a uma edição Completa, o qual, como o nome sugere, passa por aprendizado de ferramentas para edição de imagem básica e avançada. O curso tem duração de dois meses.
E as unidades físicas?
A proposta da Saga é transformar seus prédios em centro de apoio de infraestrutura. À reportagem do Canaltech, Bomfim aponta que mais de 80% dos alunos da Saga atualmente acompanham as aulas por smartphones. Contudo, estamos falando de cursos de animação e desenvolvimento de jogos, os quais podem demandar hardwares mais potentes para as aulas.
“Se o aluno mora perto de uma unidade da Saga, pode usar a estrutura para assistir às aulas”, aponta o CEO. Contudo, o foco agora não é mais nas aulas presenciais, mas o desenvolvimento do sistema digital.
A vantagem é que, sem a limitação física da sala de aula, a escola também pode ampliar seu público. Se antes ela dependia de ter uma unidade na região para oferecer cursos, agora isso não é mais uma exigência.
“Hoje, com a velocidade da tecnologia e dos recursos, a gente está focando 100% da nossa força para o digital. Não é mais abrir uma unidade em uma cidade determinada, é atender uma região inteira do país. Com uma população bem mais abrangente”, comenta Bomfim.
Vale lembrar que os cursos digitais contam as mesmas certificações dos presenciais. Isso porque oferecem os mesmos professores e grade curricular.
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Fonte: Canaltech