Ciência & Tecnologia

Pesquisa & inovação : Cada brasileiro descarta, por ano, 382 kg de lixo no meio ambiente

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Você já ouviu falar em lixo zero? Esse conceito se baseia na ideia de garantir que resíduos descartados possam ser recicláveis, compostáveis ou reutilizáveis. Em 2023, cada brasileiro jogou fora cerca de 382 quilos de materiais do universo total de descartes feitos no país. Alimentos estragados, plásticos, aparelhos eletrônicos com componentes químicos, são alguns dos itens jogados no meio ambiente sem um destino adequado.

Esse impacto é gigante, com riscos severos à saúde do planeta. Diante dos temores quanto ao futuro e a necessidade de medidas urgentes, cresce uma onda positiva voltada para a sustentabilidade e a preservação ambiental. E isso inclui pequenas atitudes no dia a dia. O comunicador e geógrafo Gabriel Ferri, que tem uma página na internet sobre a redução no descarte de lixo, é um bom exemplo. Ele defende atitudes simples, mas de grande impacto na cadeia da reciclagem, e indica como podemos começar a gestão de resíduos em casa. 

“O que, por exemplo, eu utilizei para começar nessa jornada foi separar meus recicláveis,  ter noção para onde estão indo meus recicláveis, que eles vão para cooperativas. E tem pessoas que vivem desse material da reciclagem, que vivem do plástico, que vivem da reciclagem do metal, que vivem da reciclagem do papel. Então a gente entender que também tem vidas além do nosso ato diário de separar nossos resíduos”

Com relação às sobras de alimentos, Gabriel Ferri destaca a prática da compostagem. 

“A pode comprar uma composteira ou fazer a nossa própria composteira em casa a partir de baldes, aqueles de maionese, de cantina e uma torneirinha. Tem empresas também que recolhem. No Rio de Janeiro temos a Ciclo Orgânico, se eu não me engano, e aqui em São Paulo eu faço com a Realiste e tem a Planta Feliz. Então a gente tem um baldinho aqui em casa, que tem um saquinho que feito de biomassa agrícola e toda semana a gente vai enchendo esse baldinho com nossos resíduos alimentares, e a gente encaminha corretamente esses resíduos orgânicos, que vão se transformar também posteriormente num adubo e vai fechar esse ciclo.”

O geógrafo afirma que um dos principais problemas na destinação dos resíduos é a falta de conhecimento do que pode ou não ser reciclado. 

“O que eu vejo mais na minha plataforma do pessoal ter dúvida é principalmente com relação a resíduos de farmácia, a resíduos também que estão contaminados ali com algum alimento. Então também, por exemplo, embalagem de frango que é difícil às vezes de limpar ou embalagem por exemplo de mussarela, que tem muita gordura acumulada. Provavelmente isso não vai ser reciclado. Mas vale a pena a gente higienizar essa embalagem pelo menos para destinar adequadamente.”

Repensar o consumo, segundo ele, é uma atitude importante para reduzir a produção do lixo.

“Eu acho que vale a gente se perguntar, por que a gente está consumindo? De onde a está consumindo? Quem está fazendo o que a gente está consumindo? Eu sei que às vezes é muito distante, mas fazer essas reflexões faz realmente a gente entender se é necessário ou não aquele consumo e a gente vai ter noção também do descarte daquele produto, estudando o povo consumo daquilo.”

No Brasil, a gestão do lixo é regulamentada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, que incentiva a reciclagem e a sustentabilidade. Em 2022, foi implementado o decreto para ajudar a colocar em ação essa política, por meio de diretrizes, ações e metas. Entre elas, estão à desativação de todos os lixões do país, e um salto para 50% no percentual de resíduos reciclados nos próximos 20 anos. Atualmente, apenas 2,2% dos materiais descartados, que resultam de atividades humanas, são reciclados. 


rilton.pimentel , .

Fonte: Agencia brasil EBC..

Tue, 08 Apr 2025 14:02:39 +0000