Os detritos orbitais são uma questão preocupante, que foi trabalhada em reuniões recentes do painel Aerospace Safety Advisory Panel (ASAP), da NASA, onde foram apresentadas solicitações para que a agência espacial seja mais ágil nas ações de rastreio e redução dos perigos causados pelo lixo espacial. De acordo com participantes, a NASA conseguiu fazer algum progresso, mas mesmo assim precisa priorizar os detritos orbitais.
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Estes comentários vêm após a fala de Jim Bridenstine, administrador da NASA, que disse ao comitê de senadores que a agência precisa de apoio do congresso a uma estratégia direcionada ao rastreio e gerenciamento de detritos, que deverá ter alcance internacional. “Não consigo enfatizar o suficiente a importância dessa questão, e realmente precisamos agir agora”, disse Patricia Sanders, que liderou o painel. Essa preocupação se relaciona à segurança dos astronautas, já que qualquer um que vá para o espaço em missões privadas estará em companhia de uma quantidade cada vez maior de satélites utilizados para fins diversos, como segurança, comunicação e observações científicas. O problema é que os detritos orbitam nosso planeta com velocidade de milhares de quilômetros por hora, e podem causar danos a espaçonaves.
Existem algumas iniciativas em andamento para lidar com a questão: empresas como a Northrop Grumman, por exemplo, propuseram realizar a coleta de detritos no espaço junto de estações de reciclagem, com satélites adicionais que iriam capturar os detritos e destruí-los ou queimá-los para produzir algo novo. Além disso, a NASA está financiando projetos limitados para dar novos usos a detritos espaciais, incluindo uma missão para a Nanoracks, empresa que planeja transformar propulsores de foguetes já utilizados em tecnologias que poderia ter outros usos e poderia até criar habitats para humanos. “Estamos rapidamente chegando ao ponto em que precisamos nos preocupar com o descarte de hardware”, disse Jeffery Manber, CEO da NanoRacks.
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A empresa já tem U$ 15 milhões fornecidos pela NASA para iniciar testes, e deverá lançar um robô que irá estudar como cortar metal no espaço já em 2021. Essa demonstração irá levar cerca de uma hora e irá fornecer dados para a NanoRacks trabalhar em próximos experimentos. “Os habitats são um objetivo, mas estamos focando na utilidade”, disse Manber. “Pensamos em transformar detritos especiais em centros de reciclagem ou depósitos de armazenamento, e até em novas estações espaciais”.
Hoje, já existem mais de 5 mil satélites orbitando a Terra, sendo que 3 mil deles estão inativos. Além disso, há cerca de 14 mil pedaços de detritos orbitais com diâmetro acima de 10 centímetros, enquanto objetos menores que costumam resultar de colisões podem chegar a 600 mil, de acordo com a NASA e cientistas que rastreiam os detritos. Mesmo assim, empresas como a SpaceX pretendem lançar milhares de novos satélites para a órbita baixa terrestre. Estes novos satélites até poderiam sair de órbita e se queimarem rapidamente na atmosfera, mas mesmo assim eles contribuem para o excesso de objetos no espaço.
Os detritos espaciais “não trazem riscos apenas para a NASA ou para humanos e naves, mas são também uma ameaça para a sustentabilidade do espaço como um domínio pacífico para a exploração científica, inovação e comércio”, disse Susan Helms, astronauta aposentada que participou do painel. Ela notou que algum progresso já foi feito, mas ressaltou que é hora de os Estados Unidos exercerem liderança internacional e eficiência na segurança das operações espaciais. É esperado pelo painel que a NASA garanta que todos os futuros pedidos de orçamento incluam fundos para essa iniciativa.
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Fonte: Canaltech