A NASA anunciou nesta segunda-feira (15) que firmou um contrato de US$ 50 milhões com a norte-americana Microchip Technology para desenvolvimento de um novo processador chamado High-Performance Spaceflight Computing (HPSC, algo como “Computação de Alto Desempenho para Voos Espaciais”, em tradução livre), que será usado em missões futuras da agência.
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A Microchip terá três anos para projetar, produzir e entregar o HPSC, que será usado em missões de exploração lunar e planetária. O chip irá aumentar a eficiência das missões já que o poder de processamento será escalável de acordo com as necessidades, e deverá ter desempenho 100 superior ao dos computadores usados em missões atuais.
Mas devemos colocar o “100 vezes superior” em contexto: isso não significa que o novo chip será um monstro capaz de deixar os mais poderosos PCs do mercado comendo poeira. Na exploração espacial, confiabilidade é mais valorizada do que desempenho. Entre uma tecnologia já testada, comprovada e conhecida “como a palma da mão” e algo “melhor e mais rápido”, a NASA opta pela primeira opção, sempre.
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O Perseverance, rover mais avançado já desenvolvido pela agência, usa um computador Bae Rad750, equipado com um processador PowerPC 750 de 200 MHz, 256 MB de RAM e 2 GB de memória interna. Configuração similar aos iMacs “verdinhos” lançados em 1998.
Já o helicóptero Ingenuity é mais “moderno”: o processador é um Qualcomm Snapdragon 801, usado em vários smartphones de 2014, equipado com quatro núcleos rodando a até 2,5 GHz. Isso porque os algoritmos de navegação do helicóptero demandam mais poder de processamento do que o sistema do Perseversance, e a NASA queria algo poderoso, compacto e, principalmente, barato.
“Nossos computadores atuais para voos espaciais foram desenvolvidos há quase 30 anos”, disse Wesley Powell, principal tecnólogo da NASA para aviônica avançada. “Embora tenham servido bem às missões anteriores, as futuras missões da NASA exigem recursos e confiabilidade de computação a bordo significativamente maiores. O novo processador fornecerá os avanços necessários em desempenho, tolerância a falhas e flexibilidade para atender a essas futuras necessidades de missão.”
O HPSC também poderá ser útil para outras agências governamentais e aplicável a outros tipos de futuras missões espaciais para explorar nosso sistema solar e além, desde operações de ciências da Terra até exploração de Marte e missões lunares humanas.
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Fonte: Canaltech