Pesquisadores e astrônomos tinham grandes expectativas de que o cometa ATLAS nos forneceria um espetáculo no mês de maio, ao cruzar o céu noturno com brilho o suficiente para ser visível ao olho nu. No entanto, ele se desfez em pedaços, e não pode mais ser visto nem mesmo com telescópios terrestres – mas os cientistas ainda podem observar os detritos com o Hubble.
Ye Quanzhi, astrônomo da Universidade de Maryland, usou o Telescópio Espacial Hubble, – que acabou de completar 30 anos de missão – para conferir o ATLAS. Ele capturou uma imagem de seus fragmentos e compartilhou no Twitter, explicando que telescópios terrestres não conseguem captar a maioria dos campos de detritos, mas, com o Hubble, foi possível conferir os “minicometas”.
Espera-se que esses minicometas ajudem os cientistas a entender o que causou a fragmentação do ATLAS. Os astrônomos cogitam que a distância entre os pedaços possa fornecer informações o suficiente para reconstruir os eventos. É que essa distância aumenta à medida que o tempo passa, então é possível analisar a velocidade e trajetória de cada fragmento e simular o movimento e retroceder a simulação rumo ao passado.
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Here’s C/2019 Y4 (ATLAS) fresh off from our @NASAHubble obs! Not as many fragments as one hoped for but still look quite impressive. The fragments are evolving quickly — @MinorPlanetCtr assigned 4 fragments on Saturday but I am already having trouble figuring out which is which. pic.twitter.com/8B2UdTsFZt
— Ye Quanzhi (叶泉志) (@Yeqzids) April 20, 2020
Outro detalhe que a imagem do Hubble forneceu é que os pedaços do ATLAS parecem ter se partido ainda mais. De acordo com observações anteriores, eram quatro fragmentos, mas a nova imagem indica que pelo menos dois deles se dividiram em mais dois – formando assim seis pedaços distintos, conforme a imagem acima.
Esse estudo é particularmente interessante porque o ATLAS vem de uma região chamada Nuvem de Oort, uma nuvem esférica de planetesimais voláteis que se acredita localizar-se a quase um ano-luz de distância do Sol. Observar as partes internas do cometa fragmentado poderá revelar aos cientistas algumas coisas interessantes sobre essa parte distante do Sistema Solar.
Fonte: Canaltech