Uma recente afirmação do CEO da Meta Mark Zuckerberg chamou a atenção de especialistas em privacidade digital e de pessoas que usam as plataformas da empresa. Segundo o empresário, a Meta tem mais dados de usuários do que foi utilizado no treinamento do ChatGPT, algo que a companhia pode usar para treinar seus próprios sistemas de inteligência artificial.
A empresa planeja usar postagens e comentários do Facebook e Instagram no treinamento dos robôs. Porém, isso levanta algumas preocupações, pois envolve questões de privacidade e de comportamento.
Facebook cresce, mas Zuckerberg não está satisfeito
No relatório financeiro divulgado no início de fevereiro, a Meta afirmou que o número de pessoas que usam ativamente o Facebook cresceu 6%. Esse aumento seria positivo para várias marcas, mas Mark Zuckerberg não está satisfeito.
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“A próxima parte importante do nosso manual é aprender com dados exclusivos e ciclos de feedback em nossos produtos… No Facebook e no Instagram, existem centenas de bilhões de imagens compartilhadas publicamente e dezenas de bilhões de vídeos públicos, que estimamos ser maiores do que o conjunto de dados ‘Common Crawl’, e as pessoas também compartilham inúmeras postagens de texto públicos em comentários em nossos serviços”, disse o CEO da Meta.
O destaque para o relato acima é a expressão “Common Crawl”, que se refere a um arquivo de 250 bilhões de páginas da web que pode ser usado para treinar uma IA generativa como o ChatGPT da OpenAI ou o Gemini do Google.
No entanto, ao usar os dados de comentários e posts de suas redes sociais, a Meta poderia estar cruzando a linha da privacidade digital. Além disso, é preciso lembrar que tanto o Facebook quanto o Instagram ainda produzem opiniões de pessoas consideradas tóxicas, o que aumenta a preocupação sobre um robô que seria treinado a partir disso.
O que dizem os especialistas
Para entender melhor o assunto, o Canaltech entrou em contato com advogados especialistas em privacidade digital.
Questões de privacidade digital já trouxeram dor de cabeça para a Meta no passado. A empresa foi acusada de muitas coisas nesse quesito como, por exemplo, violar direito autoral para treinar IA e de usar livros sem autorização para o treinamento de robôs. Se Zuckerberg continuar com sua ideia de usar postagens do Facebook e do Instagram para alimentar sua inteligência artificial, é possível que novos processos estejam a caminho.
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Fonte: Canaltech