Nesta sexta-feira (12) a Johnson & Johnson anunciou que vai separar a operação de produtos de consumo do negócio médico e farmacêutico da companhia. Com isso, passarão a ser duas empresas distintas de capital aberto. A notícia fez o preço das ações da organização subir mais de 3% no pré-mercado. No início da tarde, elas se mantinham em alta de cerca de 1,5%.
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A separação vai tornar a unidade de artigos domésticos, responsável por marcas como Band-aid, Aveeno, Neutrogena e Listerine, independente da divisão médica, que inclui medicamentos e a vacina contra a covid- 19 da empresa. Essa unidade, embora tenha operação mais arriscada, apresenta crescimento mais rápido.
Alex Gorsky, CEO da Johnson & Johnson, diz que a separação planejada dos negócios é a melhor maneira de acelerar os esforços para atender pacientes, consumidores e profissionais de saúde, criar oportunidades para a equipe global e impulsionar o crescimento lucrativo. “E o mais importante: melhorar os resultados da saúde para pessoas de todo o mundo.”
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Segundo o executivo, a decisão foi discutida pelo conselho por “algum tempo”, já que tem potencial para trazer muitas oportunidades. “É o melhor no longo prazo para todos os acionistas”, diz. “Nosso objetivo é criar dois líderes globais: uma companhia farmacêutica com grande potencial e, claro, uma empresa de consumo com marcas icônicas.”
A expectativa é que o segmento médico obtenha receita de cerca de US$ 77 bilhões (R$ 420 bilhões na cotação atual), enquanto a previsão de vendas para a área de produtos de consumo é de cerca de US$ 15 bilhões (R$ 81,8 bilhões).
Conclusão em até 24 meses
O objetivo é concluir o processo em 18 a 24 meses. A divisão de farmácia e dispositivos médicos, que inclui tecnologias como robótica e inteligência artificial, deve manter o nome Johnson & Johnson e ter Joaquin Duato no comando e Gorsky como presidente executivo. Duato assume como CEO da corporação em janeiro, como planejado anteriormente.
Ainda não foi escolhido um nome para o negócio de produtos de consumo, mas ele vai herdar ações judiciais sobre alegações de que o talco para bebê da Johnson causa câncer — o que a empresa nega veementemente. Gorsky diz que a divisão tem quatro marcas que, sozinhas, movimentam mais de US$ 1 bilhão em vendas anuais. Quando estiver separada, a empresa pode se tornar mais ágil e oferecer melhor oportunidade de alocação de capital, aponta ele.
A Johnson & Johnson já passa por uma transição com a saída de Gorsky do cargo de CEO. A empresa pretende manter seu dividendo total “pelo menos no mesmo nível” após a mudança. Atualmente, o rendimento de dividendos é de cerca de 2,6%.
Há alguns dias, General Electric informou que planeja separar as unidades médica e de energia da unidade de aviação. Com isso, vai se dividir em três empresas separadas de capital aberto.
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Fonte: Canaltech