Cientistas conseguiram produzir uma ilusão tátil com ultrassom para fazer parecer que estamos apertando um botão com os dedos em uma tela achatada, com o potencial de adicionar uma nova camada de imersão no uso de aparelhos sensíveis ao toque (touchscreen). O truque é possível através de um jogo de fricção e uma boa dose de timing.
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Quando pressionamos uma superfície com os dedos, a pele é esticada pela fricção, e, quando abandonamos o toque (ao soltar um botão, por exemplo), a fricção é reduzida, relaxando a pele. Mudar a fricção de uma superfície subitamente durante o toque de uma tela com ultrassom, então, pode simular esse efeito ao tornar a sensação tátil diferente. A ciência já sabia disso, mas nunca havia testado o fenômeno em laboratório.

Ultrassom, vidro e toque
Cientistas da Delft University of Technology, nos Países Baixos, resolveram criar uma placa de vidro que consegue mudar rapidamente a fricção através de um atuador, dispositivo que libera ondas de ultrassom e faz vibrar o objeto. Uma câmera foi afixada abaixo da placa para observar voluntários enquanto pressionavam o vidro, influenciando o ato com a manipulação do ultrassom.
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Com base nas imagens, os pesquisadores notaram haver estresse na forma de energia elástica guardado na pele quando um objeto é pressionado, e conseguiriam liberar essa energia. Essa liberação faz com que sintamos que o item pressionado está realmente se movendo, como o afundar de um botão, por exemplo. O ultrassom imita essa sensação ao levitar brevemente o dedo, reduzindo a fricção e relaxando a pele.
Testando em 12 participantes, a equipe notou que, quando a fricção foi liberada com uma onda ultrassônica de 2 micrômetros ou mais, a chance de sentir como se um botão está sendo pressionado foi de 75%. Isso dá o conhecimento necessário para produzir botões virtuais melhores para serem usados em telas.

Essa vibração utiliza uma tela de vidro muito fina, que poderia ser adicionada às telas comuns de celular, embora mais testes precisem ser feitos para isso se tornar viável. O efeito é menos sentido, por exemplo, por pessoas com pele mais grossa, como os dedos calosos de quem toca violão, guitarra ou outros instrumentos de corda. A tecnologia poderá ser muito útil para a realidade virtual e experiências sensíveis ao toque em celulares, nos quais, atualmente, não sabemos onde estamos tocando a menos que vejamos a tela.
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Fonte: Canaltech