Você já ligou no trabalho ou mandou um áudio para alguém fingindo que estava resfriado? Se sim, saiba que os seus dias querendo fingir doenças inexistentes estão contados. Pelo menos, é o que espera uma equipe de cientistas indianos e a nova Inteligência Artificial (IA) que estão desenvolvendo.
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Para sermos honestos, os pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia de Sardar Vallabhbhai, na Índia, não estão verdadeiramente preocupados com quem mente sobre o seu estado de saúde. Este é um problema ético individual. A ideia mesmo é validar uma IA para o diagnóstico remoto e não invasivo de inúmeras doenças respiratórias, incluindo o resfriado.
“Detectar o resfriado comum e outras doenças com sintomas semelhantes pode ser importante para prevenir a propagação dessas infecções virais e monitorar remotamente a saúde do paciente”, acrescentam os pesquisadores em artigo publicado na revista científica Nature.
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Como a IA que detecta casos falsos de resfriado é desenvolvida?
Na mais recente prova de fogo da IA que diagnostica resfriados pela fala, os pesquisadores usaram a voz de 630 voluntários alemães, sendo que 111 estavam oficialmente resfriados. No experimento, cada participante contou até 40 e compartilhou histórias sobre o seu final de semana. Além disso, leram, em voz alta, uma popular fábula do Esopo, o Vento e o Sol.
De forma geral, sabemos que nossa voz muda quando estamos com dor de garganta ou coriza (nariz escorrendo). No entanto, os cientistas indianos defendem a hipótese de que o resfriado e as doenças respiratórias no geral alteram os ritmos vocais de uma maneira única, afetando a amplitude e a frequência. Estes são os códigos que precisam ser interpretados corretamente pela IA.
O interessante é que a tecnologia está no caminho certo. Segundo os pesquisadores, a IA foi capaz de detectar com precisão a voz de quem estava resfriado e não com taxas de acerto de 69% e 67%, respectivamente. Um desafio adicional é que, pelo menos no experimento, ninguém fingiu estar doente, o que pode aumentar o grau de dificuldade da distinção.
Ferramenta que interpreta a voz doente já está pronta?
Antes de alguém ser demitido pelos Recursos Humanos (RH) ou ter uma briga com amigos por mentir sobre a sua saúde, a equipe de cientistas ainda precisa aperfeiçoar a IA. É necessário testar a tecnologia em grupos maiores, preferencialmente com populações diversas. Em tese, é possível que o idioma falado impacte a capacidade de detecção também.
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Fonte: Canaltech