Os ataques contra os jogadores de vídeo game estão entre as categorias de ofensivas digitais que mais crescem no mundo. De olho nas contas cheias de itens, nos perfis carregados de títulos ou nas tentativas de fraudar financeiramente os usuários, os bandidos usam táticas conhecidas e arrojadas para obter informações, roubar perfis ou furtar itens de suas vítimas neste universo.
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Os números de golpes acompanham um crescimento do mercado em si. Enquanto 2020 chegou ao final com um total de um bilhão de jogadores em todo o mundo, houve um aumento de mais de 340% no índice de tentativas de golpes contra esse público, com 240 milhões de incidentes desse tipo registrados todos os dias. O phishing é o principal método, assim como o uso de sites fraudulentos que prometem itens gratuitos ou jogos abaixo do valor, com os games conectados sendo os principais alvos.
“Os jogos online estão se tornando cada vez mais populares e, ao usá-los diriamente, é muito fácil baixar a guarda e ficar confiante demais”, explica Fernando de Falchi, gerente de engenharia de segurança e evangelista da Check Point Software Brasil. “Os games são uma porta de entrada para muitos tipos de ataques cibernéticos e tomar preocupações extremas não é mais uma opção, mas uma necessidade. Os criminosos estão sempre alertas e não perdem a oportunidade de atacar.”
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De acordo com alerta emitido pela empresa de segurança digital neste Dia do Gamer, celebrado em 29 de agosto, são três os principais tipos de exploração mais comuns contra os jogadores:
Roubo de contas cheias de jogos
As interfaces digitais são presentes em todas as plataformas de games, com a Steam, no PC, a LIVE, na plataforma Xbox, e a PSN, no universo PlayStation, sendo apenas alguns exemplos. Os títulos adquiridos pelos usuários ficam concentrados nestas contas que, com o tempo, adquirem grande valor, simplesmente, pela quantidade de títulos disponíveis.
Ainda que os games não possam ser transferidos de uma conta para outra, a venda de pacotes recheados de jogos pode ser bem interessante para os criminosos. Assim, eles estão de olho no uso de e-mails e mensagens fraudulentas, assim como sites falsos que prometem promoções ou itens gratuitos, como maneira de roubar credenciais e informações de acesso.
A ideia é a mais básica dos golpes desse tipo. Ao serem encantados com as falsas ofertas, os jogadores podem ser levados a sites que simulam a aparência dos serviços reais, enquanto solicitam e-mail, senha e outros dados de login. As informações são enviadas diretamente aos criminosos e, muitas vezes, os usuários só percebem o problema quando já é tarde demais e o perfil já foi transferido para o controle dos bandidos.
Furto de itens e ativos digitais
Em um formato semelhante, mas muito mais focado, os criminosos também podem estar de olho nos ecossistemas econômicos de títulos populares. Os casos desse tipo são mais comuns entre os jogadores de Counter-Strike: Global Offensive, título que também possui um grande mercado de compra e venda de itens como modificações para armas e emblemas que podem ser ostentados pelos jogadores online.
Aqui, tanto os próprios usuários quanto os sistemas de compra e venda de ativos podem ser um alvo. Em ambos os casos, o objetivo dos golpistas é transferir os itens para contas sob controle deles, com os artigos podendo ser revendidos posteriormente a usuários. Muitas vezes, esse processo acontece nas próprias plataformas onde a fraude ocorreu, enquanto os responsáveis correm atrás do prejuízo.
Na ponta, está o lucro financeiro. Os artigos podem, por exemplo, serem vendidos por preços abaixo do usual, para que saiam rapidamente e antes que a fraude possa ser detectada e bloqueada. O prejuízo, muitas vezes, é duplo, com o usuário acabando por ficar sem o dinheiro e sem o item, além de correr o risco de ter seus dados financeiros roubados.
Roubo de identidade
O gancho da exploração anterior também pode aparecer aqui, com crimes que ocorrem fora do universo dos jogos, mas são motivados por eles. Novamente, usando sites de phishing ou promessas de itens ou games por valores abaixo do usual, os bandidos podem obter informações pessoais, bancárias ou de cartão de crédito que permitam a realização de novas fraudes contra os gamers.
Aqui, o golpe pode acontecer até no mundo real, com a fraude na compra de jogos físicos em marketplaces online. Digitalmente, a venda de itens falsos ou a contaminação por malware podem ser os resultados danosos a quem cai em tais ofertas, com as perdas financeiras vindo logo na sequência, assim como eventuais disponibilização de dados pessoais em fóruns cibercriminosos.
Como se proteger de ataques contra jogadores de vídeo game?
Práticas comuns de higiene digital em redes sociais, serviços de e-mail e plataformas bancárias também servem como proteção no mundo dos games. A ativação da autenticação em duas etapas, por exemplo, é essencial para proteger contas e perfis online contra o roubo de credenciais, já que, mesmo de posse de uma combinação correta de usuário e senha, os criminosos não conseguirão ter acesso sem o código de autenticação, que não deve ser passado a ninguém.
Suspeitar de promoções boas demais para serem verdade é outro bom caminho para proteção. Evite clicar em links que cheguem por e-mail, redes sociais ou mensageiros instantâneos prometendo jogos ou itens gratuitos, sempre buscando as páginas oficiais para verificar as ofertas — caso elas realmente existam, sempre serão divulgadas por tais canais.
No caso específico dos games, a Check Point aponta ainda o risco de baixar soluções que prometem vantagens indevidas em jogos online, os famosos “hacks” ou “cheats”, ou o download de títulos piratas, seja para computador ou celular. O ideal é sempre buscar os games nas lojas oficiais, evitando sites suspeitos ou alternativos.
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Fonte: Canaltech