Na última quarta-feira (9), foi confirmado o primeiro caso de reinfecção por COVID-19 do Brasil: uma mulher de 37 anos, médica residente de Natal (RN). Com isso, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelou os critérios que estão sendo usados para confirmar os casos, que envolvem o intervalo mínimo de 90 dias entre a primeira e a segunda infecção e resultados positivos do PCR nas duas ocasiões.
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As informações foram trazidas pela própria chefe da Fiocruz, Marilda Siqueira, durante uma entrevista à GloboNews. “Um critério para definir a reinfecção é que o intervalo de tempo entre primeira infecção e a segunda não seja menor que 90 dias. Nesse caso a paciente teve um intervalo de 116 dias. Outro critério é que os resultados do PCR sejam positivos. E foram. Mais um critério é o sequenciamento completo do genoma do coronavírus. Fizemos isso nos dois episódios e verificamos que os vírus pertencem a linhagens diferentes do coronavírus. Portanto, confirmando a reinfecção”, afirmou, na ocasião.
No entanto, ainda há muito o que descobrir em relação à COVID-19. A pesquisadora menciona “lacunas de conhecimento”, tendo em vista que tudo é muito recente, e no que diz respeito aos casos de reinfecção mais recente ainda. “Estamos entendendo o processo de reinfecção. O que sabemos é que elas não são frequentes. É o que conhecemos. No entanto, precisamos de muito mais estudos em diferentes países para uma melhor compreensão dessa frequência. Faço parte de um grupo da OMS (Organização Mundial da Saúde) que está se reunindo para discutir casos de reinfecção detectados em diversos países. Até o momento, esses casos não são frequentes”, reiterou a especialista.
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A primeira reinfecção de COVID-19 no Brasil
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Foi a Fiocruz, juntamente com os governos do Rio Grande do Norte e da Paraíba, que confirmou o primeiro caso de reinfecção de COVID-19 no país. A primeira infecção ocorreu em junho, com direito a sintomas de gripe, como dor de cabeça, dor abdominal e coriza. Já na reinfecção, além desses sintomas, a mulher ainda relatou sensação de fraqueza, dor muscular (mialgia), dor de cabeça frontal, ausência de olfato e ausência de paladar. Além deste caso confirmado, há outros cinco em investigação no Rio Grande do Norte, enquanto outros três chegaram a ser investigados, mas não apresentavam viabilidade para análise.
Os primeiros casos de reinfecção do mundo foram relatados em Hong-Kong, nos Países Baixos e na Bélgica. Na época, Zania Stamataki, professora sênior de imunologia viral da Universidade de Birmingham, esclareceu que nossos organismos não se tornam imunes a um vírus quando nos recuperamos da infecção, mas sim ambientes inabitáveis a eles. As células que atraem os vírus, principalmente do trato respiratório, continuam existindo e não são alteradas significativamente para prevenir o corpo de hospedar uma nova infecção meses depois de uma boa resposta imune.
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Fonte: Canaltech