Plataforma de gestão (ERP) na nuvem, a Omie vem aproveitando bem o crescimento do e-commerce – e também de lojas físicas – no Brasil, principalmente entre as pequenas e médias empresas (PMEs). Em janeiro do ano passado a companhia movimentou R$ 6,2 bilhões em documentos fiscais emitidos. Já em dezembro último, esse número saltou para R$ 9,7 bilhões. Além disso, nesse mesmo período, sua base cresceu de 31 mil para 55 mil clientes, elevando o seu faturamento total.
E dentro de sua plataforma de ERP, a empresa quer diversificar os seus negócios. No último dia 13 de novembro, a startup anunciou a primeira aquisição da sua história. Por um valor não divulgado, ela comprou a Mintegra, companhia que desenvolve uma solução que integra sistemas de gestão com marketplaces e plataformas de e-commerce.
Outra estratégia da companhia para diversificar suas fontes de receita passa pelo pouco explorado mercado de aplicativos voltado ao B2B. E pensando nisso, a empresa abriu a Omie.Store, uma loja de apps que é integrada à sua plataforma de ERP e cujos softwares podem complementar o seu carro-chefe com recursos extras.
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E para saber como funciona essa loja de apps direcionada a um nicho tão promissor do mercado, o Canaltech conversou com Marcelo Lombardo, CEO da Omie, que explica melhor sobre esse novo produto, seus diferenciais e como ele pode gerar novas receitas para a empresa.
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Confira como foi o papo:
Canaltech – Como funciona a loja de aplicativos da Omie? Os apps baixados são usados apenas em PCs ou eles podem ser usados também em smartphones / tablets? Esses apps têm total integração com a plataforma ERP da empresa?
Marcelo Lombardo: A Omie.Store é uma loja de aplicativos integrada ao ERP Omie. Ela foi criada para facilitar a vida de seus clientes com soluções que atendem diferentes nichos, organizando e complementando a gestão interna das empresas. Além disso, a Omie.Store funciona como uma vitrine para os nossos parceiros de software serem conhecidos e contratados pelos nossos mais de 59 mil clientes.
A maioria das soluções dos parceiros funciona de forma separada ao Omie, porém sempre integrados via API com o nosso ERP, o que traz uma série de benefícios para os clientes, como um ganho ainda maior de produtividade.
Na questão do uso mobile, o formato depende de cada parceiro. Alguns possuem softwares instalados nos computadores, como é o caso dos PDVs e outros já oferecem um software 100% Web. E há um terceiro grupo, formado com um misto de Web e aplicativo mobile, como a maioria dos softwares das categorias de Força de Vendas, Gestão de Reembolsos e Business Intelligence.
CT – Como é feita essa integração entre um app da Omie Store e a sua plataforma ERP? Quais as principais vantagens desse processo?
M.L.: A Omie disponibiliza APIs públicas em um site específico, onde qualquer desenvolvedor, seja de um cliente ou de uma empresa de software, pode começar a testar as APIs e construir uma integração com o Omie de maneira autônoma. É importante ressaltar que nossos canais de suporte são capacitados para esclarecer dúvidas de APIs, tornando o processo de integração bastante eficiente.
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A partir do momento em que a solução está integrada e disponível na Omie.Store, o cliente pode contratá-la já sabendo quais módulos estão integrados ao software Omie e como essa integração irá automatizar os processos internos e reduzir retrabalhos. Uma das soluções mais utilizadas é a aplicação de estoque, que permite à empresa uma estratégia multicanal com a segurança de ter informações atualizadas e evitar rupturas no volume de mercadorias do cliente.
CT – Até o momento, quantos downloads de apps já foram feitos na loja virtual? Quais são os apps mais populares na plataforma?
M.L.: Até hoje, os 60 softwares parceiros da Omie.Store já foram contratados mais de 15 mil vezes pelos nossos clientes. Os softwares ligados ao varejo são os mais populares.
CT – Como funciona o modelo de negócios da Omie. Store? Ela tem uma comissão única ou mensal em cima de cada assinatura de app feita na plataforma, como acontece na App Store ou no Google Play?
M.L.: O modelo de parceria é simples. Todos os softwares contratados pelos clientes são cobrados juntamente com a mensalidade da Omie e repassamos as respectivas mensalidades para cada um dos parceiros.
Em relação a comissão, seguimos o padrão de mercado de marketplaces com a retenção de um percentual da recorrência dos parceiros em troca desta exposição (a um número crescente de pequenas e médias empresas clientes Omie) além de sermos responsáveis por todo o processo de cobrança.
CT – Em caso de mau funcionamento dos apps, como é feito o suporte técnico? O usuário deve procurar o desenvolvedor do app ou a própria Omie?
M.L.: Nosso suporte conta com um time treinado para apoiar em questões relacionadas aos apps integrados. Contudo, os parceiros da Omie.Store são responsáveis pelo suporte técnico e apoio comercial dos próprios softwares disponibilizados na loja.
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CT – Cada aplicativo que passa a fazer parte da Omie.Store precisa contar com requisitos de segurança? Considerando que eles manipulam dados sensíveis de empresas e clientes, como funcionam os requisitos de privacidade?
M.L.: Sim. Todos os softwares parceiros passam por uma homologação da integração antes de entrarem na Omie.Store. Analisamos se o parceiro se preocupa e está estruturado com relação às questões de segurança e privacidade, e, a partir de um determinado volume de clientes, exigimos um reforço do teste de segurança da informação (OWSAP Top 10).
CT – Além dos segmentos de Saúde, Hospitalidade, Indústria, Restaurantes e Transporte, que outros segmentos de apps a Omie Store planeja explorar no futuro? Se analisarmos por função, há planos para oferecer novos tipos de aplicativos?
M.L.: Estamos observando muito de perto os segmentos de “Pet”, como Pet Shops e Clínicas Veterinárias, Salões de Beleza, Oficinas Mecânicas, Escritórios Jurídicos, e Educação.
Em termos de funções, procuramos soluções como, por exemplo, Help Desk, CRM e Automação de Marketing e Gestão de Projetos e Tarefas, que acabam sendo ferramentas que atendem grande parte dos segmentos na nossa base atual de clientes.
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Fonte: Canaltech