Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, desenvolveram um novo material capaz de aprender comportamentos e desenvolver uma “memória muscular” própria, permitindo adaptações em tempo real às mudanças provocadas por forças externas.
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Segundo os cientistas, esse material possui um sistema estrutural formado por vigas ajustáveis que conseguem alterar sua forma e comportamento em resposta a condições dinâmicas, garantindo que o dispositivo aprenda e se adapte conforme a situação ou ambiente onde foi aplicado.
“Quando o material é colocado nas asas de aeronaves, por exemplo, ele pode aprender a transformar a forma das asas baseado nos padrões de vento durante o voo para obter maior eficiência e manobrabilidade do avião. Estruturas de construção infundidas com este material também podem ajustar a rigidez em certas áreas, melhorando a estabilidade geral durante um terremoto ou outros desastres naturais”, explica o professor de engenharia mecânica Jonathan Hopkins.
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Memória muscular
Utilizando conceitos de redes neurais artificiais (RNAs) — algoritmos que impulsionam o aprendizado de máquina —, os cientistas criaram equivalentes mecânicos em um sistema interconectado. Essa “rede neural” mecânica possui feixes individuais ajustáveis, orientados por uma treliça triangular.
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Cada feixe tem uma bobina de voz — usada originalmente em alto-falantes para converter campos magnéticos em movimento mecânico —, além de medidores de tensão e flexão capazes de alterar o comprimento do dispositivo em tempo real, como se ele tivesse uma memória muscular.
“A bobina de voz inicia a compressão ou expansão ajustada em resposta a novas forças colocadas no feixe. Um extensômetro é responsável por coletar os dados de movimento utilizados no algoritmo para controlar o comportamento de aprendizagem. As flexões atuam como juntas flexíveis entre as vigas móveis para conectar todo o sistema”, acrescenta Hopkins.
Algoritmo inteligente
Um algoritmo é utilizado para otimizar e regular o dispositivo com base nos dados obtidos, determinando qual a melhor combinação de valores de rigidez para controlar o sistema e dizendo ao conjunto como ele deve aprender e se adaptar às forças externas aplicadas ao longo do tempo.
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Atualmente, o equipamento é do tamanho de um forno de micro-ondas, mas os pesquisadores acreditam que é possível simplificar o projeto, permitindo que milhares de redes neurais mecânicas sejam fabricadas em microescala em estruturas impressas em 3D.
“Ao melhorar o sistema de aprendizagem do dispositivo, nós esperamos que esse material possa ser usado em veículos autônomos e na construção civil, além de também poder ser aplicado em armaduras para desviar ondas de choque ou em tecnologias de imagem acústica”, encerra o professor Jonathan Hopkins.
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Fonte: Canaltech