Estudos por cientistas de diversos países vêm trazendo relatos de transmissão assintomática da varíola dos macacos, além de quadros diferenciados de infecção, não envolvendo, por exemplo, contato sexual. Os casos apresentam características contrárias às da maioria dos casos registrados no surto atual da doença em todo o mundo.
- Varíola dos macacos é transmitida de humanos para cães, aponta 1º possível caso
- Varíola dos macacos tem cura? Existe tratamento?
Transmissão assintomática da varíola dos macacos nos EUA
Um dos pacientes teve seu caso relatado na revista científica Journal of Emerging Infectious Diseases, feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. O homem em questão, na casa dos 20 anos de idade, foi diagnosticado com a infecção sem ter tido contato recente com doentes.
Além disso, o paciente não teve histórico de relações sexuais nos três meses anteriores à infecção e permaneceu em locais fechados apenas em viagens de avião e trem. Seu contato mais próximo de pele a pele com outros indivíduos aconteceu 14 dias antes dos sintomas, quando ele foi a um show: o paciente usava calças e uma blusa de manga curta, e muitos participantes vestiam o mesmo. Ele, no entanto, não notou ninguém com lesões ou que parecesse doente.
–
Participe do GRUPO CANALTECH OFERTAS no Telegram e garanta sempre o menor preço em suas compras de produtos de tecnologia.
–
Outra característica atípica do caso é que não surgiram outros sintomas além de erupções cutâneas — nem mesmo inchaço dos linfonodos ou febre. As lesões apareceram na área do peito, costas, mãos e lábio, mas não nos genitais, comprovando que o meio de transmissão não foi sexual. Segundo os cientistas, o caso mostra o potencial de propagação do vírus em aglomerações.
Pacientes sem sintomas da varíola dos macacos na França
Mais um estudo desta semana, desta vez publicado na revista Annals of Internal Medicine, examinou 200 pacientes em um hospital francês, mostrando que 11 dos 13 infectados não desenvolveram sintomas da varíola do macaco após contrair a doença. Isso aumenta as possibilidades da transmissão assintomática estar ocorrendo, ou seja, de indivíduos não saberem que têm a doença pela falta de sintomas.
Isso contraria o que já sabíamos sobre a disseminação atual do vírus, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou uma disseminação por encontros sexuais na casa dos 91%. Enquanto o contato prolongado pela pele já era considerado principal forma de contaminação, não foi o caso do paciente estadunidense. Embora se teorize que o vírus pudesse ter fica em alguma superfície nos ambientes que frequentou, isso não tem sido relatado no surto recente, diminuindo essa possibilidade.
Casos sem sintomas da varíola dos macacos no Reino Unido
Já outro estudo, publicado no periódico British Medical Journal, analisou 197 pacientes no Reino Unido e determinou que somente 25% dos infectados relataram contato com pacientes confirmados da varíola dos macacos. É altamente provável que a transmissão tenha sido assintomática ou paucissintomática, quando há poucos sintomas.
Segundo os cientistas, descobertas como essa gerarão implicações sérias para o rastreamento de contatos, mudando as estratégias de instituições de saúde pública e medidas contínuas de controle e isolamento de infecções. Embora mais estudos sejam necessários para entender as especificidades dessas disseminações em comum, já foram acendidos vários alertas sobre as vias de transmissão da varíola dos macacos.
Trending no Canaltech:
- Tempestades “canibais”: ejeções de massa coronal do Sol estão a caminho da Terra
- Este é o estranho motivo que leva algumas pessoas a preferirem café sem açúcar
- Bactéria rara e mortal é encontrada nos Estados Unidos e gera alerta nacional
- A posição do corpo afeta a rapidez do efeito de um remédio; entenda
- Cientistas alertam que a próxima pandemia poderá ser de fungos, e não de vírus
Fonte: Canaltech