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Telescópio James Webb encontra moléculas orgânicas onde elas não deveriam estar

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Uma equipe de cientistas liderada pelo astrofísico Ismael García-Bernete, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriu moléculas orgânicas perto do centro de três galáxias ativas — até então, eles consideravam que elas não poderiam sobreviver por lá. Além disso, as observações sugerem que a radiação nos arredores dos buracos negros supermassivos das galáxias alterou as propriedades das moléculas.

Eles analisaram as galáxias NGC 6552, NGC 7319 e NGC 7469, que contêm hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (ou apenas “PAHs”, na sigla em inglês). Os PAHs são moléculas formadas por átomos de carbono dispostos em anéis, e como são bastante abundantes no universo, são consideradas possíveis blocos construtores da vida.

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A galáxia NGC 7319, uma das que foi estudada, faz parte do Quinteto de Stephan, a cerca de 311 milhões de anos-luz (Imagem: Reprodução/Webb, Hubble, Subaru, STScI;R. Gendler)

Como os PAHs brilham na luz infravermelha quando recebem radiação das estrelas, eles são bons guias para os astrônomos que estudam a atividade no interior das galáxias, e podem indicar a atividade em núcleos galáctico ativos, as regiões brilhantes no coração das galáxias.


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Para o estudo, os pesquisadores compararam as emissões dos PAH perto dos núcleos com aquelas próximas de regiões formadoras de estrelas. Os modelos anteriores haviam sugerido que a radiação intensa do centro das galáxias, vinda dos arredores dos buracos negros supermassivos ali, iria destruir os PAH, mas o instrumento Mid-Infrared Instrument (MIRI), do James Webb, encontrou vários deles no centro das três galáxias estudadas.

As observações mostraram que as emissões vinham de PAHs maiores e eletricamente neutros, ou seja, a radiação poderia ter eliminado as moléculas menores e eletricamente carregadas. Enquanto isso, as maiores podem ter sobrevivido porque estavam protegidas por envelopes de gás molecular denso, próximo do núcleo galáctico.

Entender os processo de perda dos menores PAHs é importante porque, normalmente, as regiões formadoras de estrelas são ricas nestas moléculas eletricamente carregadas; sem elas, os astrônomos não conseguem descobrir onde as estrelas podem estar se formando. “O próximo passo é analisar uma amostra maior de galáxias ativas, com propriedades diferentes”, disse García-Bernete.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy and Astrophysics.

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Fonte: Canaltech