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Plataformas da ISS revelam efeitos do espaço em materiais e organismos

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O espaço pode até parecer vazio e tranquilo, mas não se engane: fora atmosfera da Terra há temperaturas extremas, altos níveis de radiação de fundo, impactos de micrometeoroides e mais. Estes efeitos estão sendo estudados na Instalação de Voo MISSE (MISSE-FF) e na EXPOSE-R-2, plataformas dedicadas a estudos e pesquisas sobre a exposição espacial, instaladas na Estação Espacial Internacional (ISS).

“Existem formas de testar os vários componentes da exposição espacial individualmente em solo, mas a única forma de conseguir os efeitos combinados de todos eles ao mesmo tempo é em órbita”, disse Mark Shumbera, da Aegis Aerospace, empresa responsável pela MISSE-FF. “Isso é importante, porque os efeitos combinados podem ser bem diferentes dos individuais”.

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Plataforma MISSE-FF no lado externo da Estação Espacial Internacional (Imagem: Reprodução/NASA)

A MISSE-FF foi instalada na estação em 2018 e recebe missões a cada seis meses, aproximadamente. Algumas delas ajudam os pesquisadores a entender como as tecnologias reagem ao ambiente espacial. “Antes de usar uma tecnologia em um satélite operacional ou em um veículo, você quer ter a confiança de que ele vai funcionar como o esperado no ambiente espacial”, disse Shumbera.


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Para isso, a MISSE-FF conta com câmeras de alta resolução, para fotografar periodicamente os itens expostos, e sensores, que coletam dados das condições do espaço. Depois, os itens testados retornaram ao solo para serem analisados. A plataforma já recebeu uma série de missões enviadas por cientistas da NASA — a MISSE-9, por exemplo, analisou como polímeros, compósitos e revestimentos se saíram ao serem expostos ao espaço.

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Plataforma EXPOSE-R2 com amostras de bactérias desidratadas (Imagem: Reprodução/Roscosmos/ESA)

Os cientistas podem trabalhar também com a EXPOSE-R-2, da Agência Espacial Europeia. Trata-se de uma plataforma para testes de amostras no espaço, que já expôs biofilmes, biomoléculas e organismos extremófilos a condições espaciais e análogas às de Marte. Em um destes experimentos, cianobactérias Chroococcidiopsis desidratadas receberam doses de radiação ionizante semelhante àquelas de uma viagem a Marte.

Os resultados sugeriram que as bactérias poderiam ser levadas ao planeta e reidratadas conforme a necessidade. Este e outros estudos são de grande importância para o futuro da exploração espacial: conforme seres humanos vão mais longe no espaço e ficam mais tempo por lá, os testes em plataformas de exposição como essas ajudam a garantir que os materiais e sistemas estarão preparados para missões que exijam longas estadias no ambiente espacial.

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Fonte: Canaltech