No que diz respeito aos avanços da ciência, uma questão ética que ainda permanece é a necessidade de testes em animais. Além disso, conforme os cientistas entendem a biologia humana, mais clara se torna a falta de confiabilidade dos modelos animais, o que destaca a importância de descobrir um meio de reduzir essa prática.
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Com isso em mente, cientistas vêm buscando por alternativas. A confiança está depositada na tecnologia baseada em células humanas. A ideia é que esse tipo de experimento ajude a eliminar ratos e macacos dos laboratórios.
Esse novo campo com potencial para tirar os animais da mira da ciência pode ser chamado de sistemas microfisiológicos, e inclui tumoroides, organoides e órgãos-em-chip. Basicamente, os organoides são cultivados a partir de células-tronco para criar tecido 3D, enquanto os órgãos-em-chip são blocos de plástico equipados de células-tronco e um circuito que simula a mecânica de um órgão.
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No Canaltech, já relatamos casos em que cientistas usaram robô para imprimir “miocárdio” que dura seis meses, para se ter uma noção de onde podemos chegar com essas novas tecnologias. No ano passado, pesquisadores conseguiram imprimir neurônios em 3D.
Na visão dos especialistas, a necessidade é reduzir os testes em animais de maneira sistemática, ou seja: os reguladores devem receber dados que mostrem que os sistemas biológicos não animais fornecerão informações compatíveis.
Para se ter uma noção, de 7 mil doenças raras, e apenas 400 são pesquisadas ativamente, uma vez que não há modelos animais. Então esses novos sistemas não apenas substituem os bichos, mas preenchem um vazio onde não existem cobaias.
A AstraZeneca, por exemplo, é uma das empresas concentradas em usar organoides simples, e ainda trabalhar em projetos de longo prazo para desenvolver organoides mais complexos. Um dos problemas ressaltados pelos especialistas, no entanto, é que organoides não estão prontos para representar redes neurais complexas.
A farmacêutica suíça Roche também investe em novas ferramentas para reduzir a dependência de testes em animais. O objetivo é criar um modelo da doença de Alzheimer e todos os principais tipos de células envolvidas na regulação imunológica do câncer.
Mesmo com iniciativas de determinadas farmacêuticas, os animais permanecerão centrais por algum tempo, conforme estimam os cientistas. A questão é que ainda se trabalha para imitar a complexidade e a função em nível de órgãos. É preciso ter em mente que a razão mais importante para testar medicamentos em animais é garantir que sejam seguros. Por enquanto, serão necessários muitos dados para convencer os reguladores a usar a tecnologia humana. São passos lentos rumo à redução dos testes em animais.
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Fonte: Canaltech