Cientistas criaram, por acaso, um novo tipo de material barato, resistente e elástico — sendo 50% líquido, ele é chamado de “gel vítreo”, e foi produto de uma pesquisa da Universidade da Carolina do Norte. O produto combina características de dois materiais diferentes: os géis e os polímeros vítreos, que são rígidos, mas quebram com facilidade mediante pressão.
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A novidade do gel vítreo é que ele é tão duro quanto os polímeros, mas consegue esticar quando se aplica força, chegando a ficar com cinco vezes o comprimento original, segundo Michael Dickey, engenheiro químico e biomolecular e principal responsável pelo estudo.
Além de um comunicado de imprensa comentando a criação do novo material resistente, Dickey e sua equipe publicaram um artigo sobre a descoberta no periódico científico Nature na última quarta-feira (19).
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Criando o gel vítreo
Segundo Dickey, a descoberta foi por acaso. O cientista estava trabalhando com ionogéis, feitos de polímeros preenchidos com um líquido iônico condutor de eletricidade. A ideia era fazer dispositivos para uso em sensores de pressão, robôs e aparelhos médicos. Ao mudar a composição de polímeros, notou-se o quanto o novo material esticava sem rasgar, mas continuando resistente.
O trabalho, então, se concentrou nas possibilidades do novo produto — ele pode ser esticado à vontade, precisando apenas ser exposto ao calor para voltar à forma original. Ele também é altamente adesivo, como outros materiais duros. Entre 50% e 60% de sua composição é líquida, o que confere a capacidade de conduzir eletricidade com mais eficiência do que polímeros comuns. Mesmo assim, ele não seca.
Segundo Dickey, o gel vítreo pode ser criado a partir de qualquer molde ou ser impresso em 3D, sendo de fácil fabricação. Em plásticos que têm capacidades parecidas, é necessário criar polímeros antes e depois transportá-los para outro lugar para fabricar o produto final. A nova invenção, então, torna tudo mais prático.
Além disso, o gel vítreo também “regenera”, ou seja, gruda-se novamente caso seja cortado. Os cientistas mostram grande interesse em continuar estudando o material, que ainda precisará de muitos testes para ser usado de maneira prática, mas a expectativa é que seja usado em baterias, por exemplo, graças à condutividade.
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Fonte: Canaltech