Uma equipe de astrônomos liderada por Feng Long, do Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), descobriu uma nova forma de detectar exoplanetas recém-nascidos. Com o novo método, eles encontraram evidências de um pequeno e jovem exoplaneta parecido com Saturno ou Netuno, ainda envolvido por seu disco protoplanetário.
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Os planetas nascem de discos de gás e poeira, formados ao redor de estrelas recém-nascidas. Centenas de discos do tipo já foram encontrados no universo, mas observar o processo de nascimento e formação planetárias propriamente ditos é uma tarefa difícil. “Os planetas são sempre fracos demais para vermos, porque estão envolvidos em camadas espessas de gás e poeira”, disse Long.
Então, para encontrar estes mundos, os cientistas precisam de pistas que permitam inferir que há um planeta em desenvolvimento sob toda aquela poeira. Para o estudo, Long e seus colegas analisaram novamente dados de LkCa 15, um disco protoplanetário localizado a 518 anos-luz da Terra. O disco já havia sido observado pelo observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array), mas usaram eles novos dados do observatório.
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Ali, eles descobriram duas estruturas que não foram detectadas antes: havia um anel de poeira com duas partes separadas de material brilhante a cerca de 42 vezes a distância entre a Terra e o Sol, orbitando o disco. O material ficou com forma de um pequeno agrupamento de matéria e um arco maior, ambos separados por cerca de 120º.
Ao estudar as estruturas com modelos computacionais, ela descobriu que elas tinham tamanho e posições que correspondiam ao modelo da presença de um exoplaneta. O arco e o aglomerado de material estão entre os pontos L4 e L5 de Lagrange, regiões formadas por dois corpos em movimento (uma estrela e um planeta que a orbita, por exemplo), que aumentam a atração ao redor deles e, assim, permitem acúmulo de matéria ali.
No caso, o acúmulo de poeira entre os pontos L4 e L5 é causado pelo exoplaneta. Os resultados sugerem que os planetas têm cerca de três milhões de anos, ou seja, são relativamente jovens. Long reconhece que talvez não seja possível observar diretamente o planeta “bebê” por causa das limitações das tecnologias atuais, mas espera que o método, que trabalha com o acúmulo de matéria nos Pontos de Lagrange, seja usado no futuro.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters
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Fonte: Canaltech