No Brasil, as taxas de vacinação contra todas as doenças estão em queda nos últimos anos, exceto para a covid-19 e a bem-sucedida campanha de imunização durante a pandemia. No atual cenário, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) destacam, em nota, sobre o risco das “sucessivas e alarmantes quedas na cobertura vacinal”.
- Fiocruz alerta para risco de retorno da pólio no Brasil
- Vacina contra poliomielite: entenda os riscos de não imunizar crianças
Não é possível definir um único ponto que justifique a queda geral na taxa de vacinação entre os brasileiros, mas estão presentes inúmeras questões, como as fake news e o movimento antivacinas. Também é necessário considerar que muitas doenças ficaram no passado — por causa de amplas campanhas de vacinação — e a população “esqueceu” os riscos que essas doenças podem representar, como a poliomielite (pólio).
Queda na taxa geral de imunização entre brasileiros
Em 2011, a cobertura geral chegava a 85,31%, considerando as vacinas disponibilizados dentro do Calendário Nacional de Imunização do sistema Único de Saúde (SUS), segundo Datasus — um sistema do Ministério da Saúde. Desde então, os números caíram sucessivamente, como podemos observar a seguir:
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- Em 2019, a cobertura vacinal chegou a 73% da população;
- Em 2020, o índice caiu para 67%;
- Em 2021, a cobertura é de 59,50%.
“O patamar preconizado pelo Ministério da Saúde é de 95%”, afirma a Fiocruz, reforçando a importância de elevar novamente os índices de vacinação no Brasil.
Vacinação contra pólio
Entre as quedas na taxa de vacinação, talvez, a mais preocupante seja a da pólio. Esta doença é popularmente conhecida pelo nome de paralisia infantil, já que pode impactar, de forma permanente, a mobilidade de pessoas infectadas pelo poliovírus. O risco principal é para as crianças.
Você sabia que o icônico Zé Gotinha foi criado para conscientizar os pais através das crianças sobre a campanha da vacinação da polio, uma doença mortal? Agora, precisamos dessa conscientização para vacinar os pequenos contra a COVID-19. Vacine seu filho! É amor! #VouVacinar pic.twitter.com/glAjlWzZta
— Mel Markoski (@melmarkoski) January 21, 2022
Entre os anos de 1968 e 1989, o Brasil registrou quase 27 mil casos da doença, mas conseguiu controlá-la com uma abrangente campanha de vacinação e a criação do personagem Zé Gotinha — um popular personagem que representa a gota da vacina na forma oral, em gotas. Além disso, em 1994, as Américas receberam o certificado de eliminação da doença.
No entanto, o país pode enfrentar um possível retorno da doença, já que os índices de vacinação da pólio em crianças está em queda. Em 2021, menos de 70% do público alvo estava com as doses em dia. Para comparar, em 2015, o mesmo índice estava em 98%. Em maio deste ano, a Fiocruz já alertava para este possível risco.
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Fonte: Canaltech