De tempos em tempos, tempestades intensas ocorrem no Sol, liberando pelo espaço grandes nuvens de partículas eletricamente carregadas. Quando chegam ao nosso planeta, estas partículas podem afetar sistemas de GPS, internet e mais — e, segundo alguns pesquisadores, as tempestades solares parecem ter potencial para causar tsunamis indiretamente.
- Explosão solar, erupção e tempestade solar: qual a diferença?
- Quais os perigos de uma tempestade solar?
Antes de continuar, vamos entender primeiro o que são as tempestades solares. Elas vêm de emissões energéticas que liberam plasma do nosso astro de diferentes formas, como erupções solares ou ejeções de massa coronal. Quando acontecem, estes eventos liberam quantidades enormes de energia em fortes ventos solares. Ao alcançarem nosso planeta, as partículas do vento solar interagem com a ionosfera — é aí que elas podem causar falhas sistemas de GPS e até “antecipar” a reentrada de satélites.
Enquanto isso, os tsunamis são fenômenos de grande poder destrutivo causados por fortes terremotos ocorridos abaixo do fundo do oceano, que deslocam a água e formam uma onda de altíssima velocidade. Aliás, até o Sol pode ter “tsunamis” próprios: às vezes, nossa estrela é varrida por tempestades solares tão intensas que elas geram “tsunamis solares”. Algo do tipo ocorreu em 2006, com ondas de choque fortes o suficiente para comprimir e aquecer os gases do Sol o suficiente para fazer com que ficasse mais brilhante.
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Pois bem, foi em um estudo publicado em 2020 que pesquisadores descreveram uma possível relação entre tempestades solares e terremotos na Terra. “Encontramos evidências de uma forte correlação entre grandes terremotos e a densidade de prótons próxima da magnetosfera, devido ao vento solar”, observaram os autores. Segundo eles, o resultado era de extrema importância para pesquisas sismológicas e tinha possíveis implicações para a previsão de terremotos.
Tempestades solares podem causar tsunamis?
O estudo foi liderado por Vito Marchitelli que, junto de seus colegas, propôs que as partículas do vento solar são capazes de afetar a intensidade dos terremotos. Entretanto, é muito importante manter a cautela com este resultado, já que Marchitelli e os demais autores não examinaram a quantidade de tsunamis em períodos de alta e baixa atividade solar. Portanto, ainda são necessários mais estudos sobre o assunto.
Eles não foram os primeiros a notar a possível relação: um estudo publicado em 2011 mostrou que os terremotos aumentaram durante o máximo solar (período de maior do Sol em seu ciclo), mas a controvérsia na questão continuou. Em outro estudo publicado no ano seguinte, uma equipe de geofísicos argumentou que a relação entre terremotos e atividade solar ainda não podia ser provada.
No fim, estes estudos mostram que as tempestades solares não conseguem causar diretamente tsunamis na Terra, e a atividade tectônica segue independentemente do vento solar. O que não está claro, no entanto, é se as partículas do vento solar podem exercer força nas placas tectônicas do nosso planeta.
É que o estudo de 2011 sugeriu que, durante o máximo solar, nosso astro pode liberar mais explosões de ventos solares que distorcem o campo magnético da Terra. Isso poderia causar uma pressão extra na crosta terrestre vinda do campo magnético “empurrado” contra as placas tectônicas, o que poderia influenciar terremotos capazes de causar tsunamis. Por enquanto, a possibilidade de tal pressão realmente acontecer (ou não) segue um mistério.
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Fonte: Canaltech