Uma equipe de astrônomos liderada por Tomás Azevedo Silva, doutorando na Universidade do Porto, em Portugal, encontrou bário na atmosfera dos exoplanetas WASP-76 b e WASP-121 b. Considerado o elemento mais pesado já identificado na atmosfera de mundos que orbitam outras estrelas, o bário está presente a altas altitudes neles, e abre perguntas sobre composição atmosférica destes exoplanetas.
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Os exoplanetas WASP-76 b e WASP-121 b são considerados “Júpiteres ultra-quentes”, ou seja, são mundos gasosos com tamanho comparável com o de Júpiter, com temperatura de superfície acima dos 1.000 ºC. O calor extremo vem da alta proximidade das estrelas que orbitam, que também faz com que os anos por lá não durem mais que um ou dois dias terrestres.
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Por isso, estes planetas têm características tão exóticas que parece até que saíram das ideias de algum autor de ficção científica — o WASP-76 b, por exemplo, pode ter chuvas de ferro. Então, para conhecer melhor a atmosfera deles, os pesquisadores usaram o instrumento ESPRESSO, instalado no telescópio Very Large Telescope, para analisar a luz da estrela filtrada pelas atmosferas deles. Foi assim que a equipe descobriu alguns dos elementos existentes por lá, incluindo o bário, encontrado nas atmosferas superiores de ambos os exoplanetas.
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O elemento estava acompanhado de vários outros, como o hidrogênio, o mais simples do universo: este conta com apenas um próton em seu núcleo, enquanto o bário tem 56. “Considerando a alta gravidade dos planetas, esperávamos que elementos pesados, como o bário, caíssem rapidamente para as camadas mais baixas da atmosfera”, explicou Olivier Demangeon, coautor do estudo. Em 2019, o telescópio espacial Hubble identificou sinais de metais pesados “fugindo” da atmosfera de WASP-121b.
A descoberta do elemento ali foi uma surpresa para os pesquisadores, porque sugere a ocorrência de algum processo natural, capaz de levar o bário a altas altitudes — e mostra também que os exoplanetas têm mais mistérios do que se pensava. “No momento, ainda não temos certeza de quais são os mecanismos”, observou Demangeon.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics, e foi disponibilizado pelo ESO.
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Fonte: Canaltech