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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (13/08 a 19/08/2022)

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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (13/08 a 19/08/2022) - 1

Preparado para conferir as mais recentes fotos destacadas pelos astrônomos da NASA? Nesta semana, o “show” ficou por conta das chuvas dos meteoros Perseidas e Delta Aquáridas Austrais, que aparecem em duas fotos fascinantes, capturadas em diferentes lugares do mundo. Você encontrará também uma foto da lua Mimas, um dos satélites naturais de Saturno, com uma grande cratera em destaque.

Outras fotos trazem uma “fábrica de estrelas” em uma nebulosa distante e o brilho da Via Láctea capturado no céu do Chile, junto de um discreto feixe de luz zodiacal. Será que você conseguirá encontrá-lo?

Sábado (13) — Detalhe da lua Mimas

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A cratera Herschel tem cerca de 130 km de diâmetro (Imagem: Reprodução/Cassini Imaging Team, ISS, JPL, ESA, NASA)

Mimas, uma das várias luas de Saturno, é o lar desta grande cratera de 130 km de diâmetro, que se destaca na foto: ela é a cratera Herschel, e leva seu nome em homenagem a William Herschel, astrônomo inglês que descobriu Mimas. A formação é uma das maiores crateras de impacto no Sistema Solar, e aparece aqui em uma foto feita em 2010 pela sonda Cassini.


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A nave era parte de uma missão conduzida pela NASA, a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana. A Cassini era uma nave sofisticada, que viajou rumo ao sistema de Saturno junto da sonda Huygens — esta pousou na superfície de Titã, a maior lua do gigante gasoso. A Cassini encerrou sua missão com um mergulho na atmosfera de Saturno, em 2017.

O impacto que resultou na formação da cratera Herschel foi tão forte que quase destruiu a lua e, ainda, parece ter deixado vestígios: Mimas tem fraturas em sua superfície no lado oposto da cratera, que podem ter sido causadas pelas ondas de choque da colisão. As paredes da cratera se estendem por cinco quilômetros, e no centro dela, há um pico com seis quilômetros de altura.

Domingo (14) — Milhares de exoplanetas e além

Hoje, os cientistas já conhecem mais de cinco mil exoplanetas (aqueles que orbitam outras estrelas) na Via Láctea. Estes mundos distantes aparecem destacados no vídeo acima, que te leva para uma rápida retrospectiva da descoberta deles: o vídeo começa pela primeira detecção confirmada, em 1992, e segue até 2019. A Via Láctea, nosso lar no universo, aparece comprimida, ficando com formato da letra “U”.

Os sons do vídeo variam de acordo com o período orbital do exoplaneta: quanto mais rápido ele orbita sua estrela, mais agudo é o som. Já as cores indicam o método de detecção deles: aqueles encontrados pelo método da velocidade radial, por exemplo, aparecem em rosa, enquanto os identificados pelo método do trânsito estão em roxo. Já os mundos em laranja foram aqueles cuja imagem foi observada diretamente, e os em verde foram encontrados por meio de lentes gravitacionais.

Sozinho, o telescópio espacial Kepler encontrou quase metade dos primeiros 4.000 exoplanetas em uma única região do céu. Já o telescópio TESS segue em operação para encontrar ainda mais planetas — inclusive aqueles que orbitam estrelas próximas e bastante brilhantes. Descobrir novos planetas é importante não somente para os cientistas entenderem melhor as origens da vida, mas também para a compreensão da formação da Terra e do Sistema Solar.

Segunda-feira (15) — Fábrica de estrelas na Nebulosa da América do Norte

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A Nebulosa NGC 7000 mede aproximadamente 15 anos-luz (Imagem: Reprodução/Johan Bogaerts)

A área brilhante nesta foto é uma espécie de fábrica estelar conhecida como “Parede de Formação Estelar de Cygnus”. A foto da “parede cósmica” foi construída para destacar o brilho avermelhado, vindo dos átomos de hidrogênio ionizado se recombinando com elétrons. As estrelas jovens e quentes ali emitem radiação energética, que ajuda a esculpir as nuvens de gás frio e poeira.

A Parede faz parte da nebulosa NGC 7000 que, devido ao seu formato, é mais conhecida como “Nebulosa da América do Norte”. Ela é uma nebulosa de emissão que fica em direção à constelação Cygnus, o Cisne, e fica próxima de Deneb, a estrela mais brilhante da constelação. Como tem brilho de superfície baixo, a nebulosa dificilmente pode ser vista a olho nu.

A NGC 7000 fica a cerca de 1.700 anos-luz da Terra, e se estende por 100 anos-luz. Normalmente, ela é fotografada junto da IC 5070, outra nebulosa de emissão conhecida como “Nebulosa do Pelicano”; ambas aparecem separadas por L935, uma faixa de uma nuvem de poeira interestelar transparente à radiação em comprimentos de ondas de rádio e luz infravermelha.

Terça-feira (16) — Chuva de meteoros na Tunísia

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Pico da chuva de meteoros Delta Aquarídeos Austrais, na Tunísia (Imagem: Reprodução/Makrem Larnaout)

Conforme orbita o Sol, a Terra atravessa nuvens de pequenos fragmentos deixados por cometas e asteroides. Embora a maior parte deles seja tão pequena quanto um grão de areia, estes pedacinhos são capazes de causar chuvas de meteoros incríveis no céu, quanto cruzam a atmosfera do nosso planeta — a da foto, por exemplo, é a chuva Delta Aquáridas Austrais.

Não se sabe exatamente qual é o cometa causador da chuva, mas o principal “suspeito” até o momento é o 96P Machholz, um cometa que orbita o Sol a cada cinco anos. Ele foi descoberto por Donald Machholz em 1986, e seu núcleo mede aproximadamente 6,4 km. Normalmente, os meteoros da chuva ficam ativos a partir da metade de julho, e podem ser observados até o fim de agosto.

Como o nome indica, a chuva tem radiante (o ponto no céu de onde os meteoros parecem vir) na constelação Aquarius, o Aquário. Os meteoros Delta Aquáridas Austrais são melhor observados no hemisfério sul e em latitudes mais ao sul no hemisfério norte — o ideal é dar preferência a locais distantes das grandes cidades e de outras fontes de poluição luminosa.

Quarta-feira (17) — Via Láctea fotografada no Chile

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Brilho da Via Láctea fotografado próximo do observatório El Sauce (Imagem: Reprodução/Maxime Oudoux)

Esta bela foto da faixa central da Via Láctea foi feita com várias exposições capturadas em uma noite no Chile — repare que, no primeiro plano da imagem, há algumas rochas e cactos. Eles estão próximos dos observatórios El Sauce e Vera Rubin, este segundo ainda em desenvolvimento. Ambos ficam no Chile, e o último deverá iniciar as operações científicas em 2024.

Não é possível saber a quantidade exata de estrelas em nossa galáxia, mas aqui vai uma estimativa: o Sol é apenas uma estrela em meio a outras 100 bilhões, no mínimo, que existem na Via Láctea. Nosso astro fica no braço Orion, carinhosamente chamado de “Braço Local”. Ele é um braço pequeno e parcial da estrutura da nossa galáxia, localizado entre os braços de Sagitário e Perseu.

Outra característica interessante da imagem é a luz zodiacal, que aparece em uma faixa de brilho bem fraco logo abaixo da Via Láctea. Ela vem da luz solar refletida em partículas de poeira que orbitam nosso astro no Sistema Solar interno, e o melhor momento para observá-la no céu é logo antes do Sol nascer ou logo após ele se pôr.

Quinta-feira (18) — Chuva de meteoros e a Lua cheia

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Chuva dos meteoros Perseidas fotografada em Girona, na Espanha (Imagem: Reprodução/Juan Carlos Casado (Starry Earth, TWAN)

Há alguns dias, a chuva dos meteoros Perseidas chegou ao seu pico. O fenômeno foi causado por pedacinhos do cometa 109P/Swift-Tuttle, que orbita o Sol a cada 133 anos e tem núcleo com aproximadamente 26 km de diâmetro. O cometa se aproximou de nós em 1992, e fará uma nova visita ao Sistema Solar interno somente em 2125.

Caso você tenha perdido os meteoros formados pelos fragmentos do objeto, poderá observá-los nesta foto feita no vilarejo de Sant Llorenc de la Muga, na Espanha. Para registrá-los, o fotógrafo trabalhou com exposições breves, feitas cerca de duas horas antes de o Sol nascer. O radiante da chuva, localizado na direção da constelação de Perseus, ficou bem atrás da torre medieval do vilarejo.

O normal é que a chuva dos meteoros Perseidas traga até 100 deles por hora durante o pico, nas condições ideais de observação — mas pode acontecer de a chuva trazer um espetáculo ainda mais intenso para quem a observa: foi o que aconteceu em 2016, ano em que a taxa de meteoros visíveis chegou a até 200 deles por hora. Além da Lua cheia no céu, a foto inclui também Saturno, no canto superior direito.

Sexta-feira (19) — Trajetória de Saturno

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Panorama das mudanças da posição de Saturno ao longo de 29 anos (Imagem: Reprodução/Tunc Tezel (TWAN)

Em meio aos nossos vizinhos do Sistema Solar, Saturno é o planeta mais distante visível a olho nu. Você pode acompanhar a trajetória dele pelo plano da eclíptica (o plano da órbita da Terra ao redor do Sol) nesta projeção: ela começa mostrando a posição de Saturno em 1993, no lado direito da imagem. Depois, ela segue acompanhando o movimento do planeta em direção ao lado direito, concluindo uma órbita ao redor do Sol em 2022.

A montagem foi produzida a partir de fotos individuais, feitas ao longo de 29 anos terrestres. Juntas, as várias fotos mostram algo interessante: nos intervalos dos anos 2000 a 2005 e, depois, de 2015 a 2019, Saturno parece estar um pouquinho mais brilhante quando comparado às imagens dos outros anos. Nestes períodos, os anéis do planeta estavam inclinados de forma que ficaram mais voltados para a Terra.

No dia 14 de agosto, Saturno chegou à oposição em sua órbita ao redor do Sol, ou seja, ficou no lado oposto no céu em relação à nossa estrela. Durante a oposição, o planeta ficou a 1,32 bilhão de quilômetros do nosso planeta, o que o colocou no ponto mais próximo da Terra ao longo de sua trajetória no espaço.

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Fonte: Canaltech