Equipes de cientistas da Universidade de Northeastern e de Cambridge, no Reino Unido e Estados Unidos, respectivamente, produziram em laboratório um material que não existe naturalmente na Terra. Chamado de “teatraenita”, o composto é encontrado somente em meteoritos, e sua versão laboratorial pode representar um grande potencial para o mercado de ímãs.
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Conforme as rochas espaciais viajaram pelo espaço por milhões de anos, o ferro e outros compostos nelas foram resfriados e formaram um material único, com características que os tornam ideais para uso em ímãs de alta permanência. Os ímãs são essenciais para máquinas que usam eletricidade, já que eles transformam a energia elétrica em ação mecânica.
A maioria dos ímãs pode ser produzida por processos simples e de baixo custo, mas os ímãs permanentes, usados em equipamentos mais avançados e complexos, precisam resistir a altas pressões e temperaturas por períodos prolongados. Para conseguir estas capacidades, eles precisam das chamadas “terras raras”, nome dado a um grupo de 17 elementos que ocorrem na crosta terrestre.
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Entre as terras raras, estão os elementos neodímio e praseodímio, componentes essenciais para a produção dos ímãs permanentes. Atualmente, este mercado é dominado pela China, o que ajuda a entender o porquê de a produção sintética da teatraenita ser tão interessante: o composto pode ser usado em peças complexas de máquinas, e poderia permitir que os Estados Unidos ocupem uma grande fatia do mercado dos ímãs, reduzindo a necessidade de algumas terras raras.
Neste cenário, os norte-americanos não estariam mais na competição pelos materiais, e também não precisariam depender deles para produzir peças essenciais para tecnologias vitais. Mas, por outro lado, as terras raras também são usadas para a produção de fibra ótica, televisão, dispositivos eletrônicos pessoais e mais. Então, se parte do mercado das terras raras desaparecer por causa da teatraenita, a produção das demais terras pode ser afetada.
Para Laura Henderson Lewis, professora da universidade do Reino Unido, este cenário é real, mas distante. Ela acredita que ainda levará tempo até a teatraenita poder afetar qualquer mercado, e ainda faltam vários testes laboratoriais para os cientistas descobrirem se a versão sintética dela é tão rígida e útil como a espacial. Mesmo que os resultados sejam positivos, ainda levará anos até o material ser usado em ímãs.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Advanced Science.
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Fonte: Canaltech