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Anomalia Magnética sobre o Brasil não é preocupante

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Anomalia Magnética sobre o Brasil não é preocupante - 1

Com tempestades solares fortes e o crescimento anunciado de anomalias magnéticas como a do Atlântico Sul (AMAS), o tema está em alta e pode gerar preocupações para os mais desavisados. Visando desmistificar o tema, cientistas do Observatório Nacional comentaram o assunto para garantir que está tudo muito bem, obrigado, com o campo magnético da Terra.

A palavra vai para André Wiermann, tecnologista sênior do Observatório Nacional, que afirma que o termo “anomalia”, apesar de assustar à primeira vista, não é preocupante — ele apenas define uma diferença na intensidade e na orientação do campo magnético do nosso planeta.

A AMAS, que fica sobre o centro e sudeste do Brasil e se estende até a África, está, sim, crescendo e se movimentando, mas muito lentamente. Tanto instituições brasileiras, como o Observatório Nacional, como estrangeiras, como a americana NASA e a europeia ESA monitoram a anomalia há décadas, conhecendo seus efeitos e suas mudanças e sabendo muito bem o que fazer para evitá-la.


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A AMAS não é a única anomalia magnética do planeta — há, também, as de Bangui, na África, e a de Kursk, no leste europeu (Imagem: Michael Purucker/Domínio Público)
A AMAS não é a única anomalia magnética do planeta — há, também, as de Bangui, na África, e a de Kursk, no leste europeu (Imagem: Michael Purucker/Domínio Público)

Prevenções com a AMAS

Na região da anomalia do Atlântico Sul, o escudo da Terra contra radiação cósmica e vento solar é mais enfraquecido, mas vale lembrar que o campo magnético planetário não é uniforme — há variações em sua força no mundo todo. Para se adequar a essas diferenças, agências espaciais já sabem o que fazer — satélites são desligados quando passam por locais como a AMAS.

Wiermann compara a situação aos eletrodomésticos: quando há picos de luz, ou seja, oscilações na rede elétrica, o que fazemos é desligar os aparelhos, evitando danos estruturais. Satélites passam pelo menos, ficando em stand-by quando atravessam anomalias magnéticas.

Quando isso não acontece, problemas surgem, como no caso da sonda de raios-X japonesa Hitomi, que não foi desligada ao passar sobre a AMAS e teve o sistema de navegação comprometido. Assim, girou sobre o próprio eixo e acabou despedaçada. No Brasil, o Observatório Nacional contribui para o monitoramento da AMAS, e o país tem uma posição privilegiada de observação geomagnética.

O nanossatélite brasileiro NanosatC-BR2 mapeia o campo geomagnético do país e monitora a Anomalia Magnética do Atlântico Sul, ou AMAS (Imagem: ABRASAT/INPE)
O nanossatélite brasileiro NanosatC-BR2 mapeia o campo geomagnético do país e monitora a Anomalia Magnética do Atlântico Sul, ou AMAS (Imagem: ABRASAT/INPE)

Dois observatórios participam da atividade: Tatuoca, localizado em uma ilha da cidade de Belém, no Pará, e Vassouras, no interior da cidade do Rio de Janeiro, que já tem mais de cem anos de atuação. Várias estações magnéticas menores participam do monitoramento, como a Macapá, recém instalada.

Tanto o Observatório de Vassouras quanto o de Tatuoca fazem parte da INTERMAGNET, rede internacional de observatórios de alto padrão. Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também lançou o nanossatélite NanosatC-BR2, cujas funções incluem o monitoramento da AMAS e o mapeamento geomagnético do país.

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Fonte: Canaltech