A “invasão chinesa” no mercado automotivo brasileiro, pelo jeito, veio para ficar. Segundo dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA), o país fechou abril como maior importador mundial de carros elétricos e híbridos fabricados na China.
O órgão revelou um aumento de 13 vezes em relação ao mesmo mês de 2023. Ao todo, foram importados da China 40.163 unidades de carros híbridos ou elétricos puros, número que tornou o Brasil o maior consumidor de carros eletrificados chineses do mundo no período.
De acordo com o relatório mais recente do CPCA, nos primeiros quatro meses de 2024 as exportações de carros da China para o Brasil saltaram 536%. O órgão relatou que o número total de veículos enviados ao país chegou a 106.448 entre janeiro e abril.
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O crescimento fica ainda mais evidente ao compararmos o desempenho atual com o registrado em janeiro de 2024. Na virada do ano, o Brasil ocupava apenas a 10ª posição entre os mercados consumidores de carros fabricados na China.
“Corrida” contra o imposto explica 1º lugar
O 1º lugar do Brasil no ranking de destinos de carros exportados pela China tem duas explicações bastante plausíveis, mas que não têm qualquer relação entre si. A primeira delas diz respeito à nova taxação de carros eletrificados importados.
De acordo com o que foi estabelecido pelo Governo Federal, a alíquota, que em janeiro passou a ser de 10% para carros elétricos puros e de 12% para híbridos plug-ins e leves, será reajustada para 18%, 20% e 25% respectivamente a partir de julho. Por conta disso, a corrida para garantir um eletrificado “barato” aumentou, e tende a seguir em crescimento.
Outro motivo que pode explicar o Brasil no topo do ranking de países que mais exportam carros da China tem ligação com o mercado europeu. Bélgica, Espanha, França, Holanda e Noruega registraram enormes quedas desde que os subsídios da União Europeia para a exportação de carros da China entraram sob investigação.
Por conta de tudo o que vem sendo analisado na operação “antitruste” da UE, as montadoras chinesas passaram a apostar alto em mercados fora da Europa e, com isso, o Brasil, futura casa das fábricas da GWM e da BYD, acabou se consolidando como um como enorme mercado consumidor.
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Fonte: Canaltech