Através de observações do telescópio Subaru, uma equipe de astrônomos de instituições diversas descobriu duas intrigantes superterras — nome dado a exoplanetas rochosos e mais massivos que a Terra. Os planetas analisados no estudo orbitam estrelas anãs vermelhas de pertinho e, curiosamente, não são envolvidos por atmosferas primordiais. Assim, eles representam uma ótima oportunidade para estudos da evolução da atmosfera de planetas quentes e rochosos.
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Para o estudo, a equipe realizou observações de acompanhamento dos planetas TOI-1634b e TOI-1685b, identificados anteriormente pelo telescópio Transiting Exoplanet Survey (TESS), da NASA. Ambos ficam na constelação de Perseus, o Perseu, a 114 anos-luz e 122 anos-luz da Terra, respectivamente. De acordo com os autores, os dois são considerados superterras rochosas de período ultracurto, por levarem menos de 24 horas para orbitarem suas estrelas.
Segundo os resultados, o TOI-1634b tem raio equivalente a 1,8 vezes o da Terra e 10 vezes a massa do nosso planeta, sendo então um dos maiores e mais massivos exoplanetas rochosos de período ultracurto já encontrados. As observações realizadas pelo espectrógrafo InfraRed Doppler (IRD), instalado no telescópio Subaru, mostram que esses planetas estão “nus”, ou seja, não têm atmosferas primordiais formadas por uma camada espessa de hidrogênio e hélio, o que pode ser o resultado de interações bem próximas com suas estrelas.
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Por outro lado, isso abre o caminho para a produção de uma atmosfera secundária, formada por gases do interior do planeta. Futuramente, telescópios como o James Webb, que tem lançamento estimado para dezembro, devem ajudar a detectar e caracterizar as atmosferas desses mundos, ótimos candidatos para novos estudos do desenvolvimento da atmosfera em planetas rochosos de período ultracurto. “Nosso projeto de acompanhamento intensivo dos candidatos identificados pelo TESS e Subaru ainda está em andamento, e muitos planetas incomuns serão confirmados nos próximos anos”, afirmou o Dr. Teruyuki Hirano, autor principal do estudo.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomical Journal.
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Fonte: Canaltech