A Alemanha começou a operar a primeira frota de trens de passageiros movidos a hidrogênio do mundo. No total, são 14 veículos que devem substituir locomotivas a diesel nos 100 km de linhas ferroviárias que ligam as cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Bremervorde e Buxtehude, na região norte do país.
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Um sistema novo de reabastecimento de hidrogênio permite que cada locomotiva percorra trajetos mais longos com baixo nível de ruído, emitindo apenas vapor e água condensada durante seu funcionamento, uma característica essencial para cumprir as metas de descarbonização do setor ferroviário alemão.
“Os trens movidos a hidrogênio limpo se tornaram uma maneira promissora para reduzir as emissões de carbono a médio prazo, substituindo progressivamente o óleo diesel que ainda alimenta 20% das viagens em toda a Alemanha”, explica o CEO da Alstom — empresa fabricante dos trens — Henri Poupart-Lafarge.
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Emissão “quase” zero
Os trens livres de óleo diesel, que fazem parte da nova frota alemã, misturam o hidrogênio contido em um tanque a bordo com o oxigênio presente no ar. Uma célula de combustível instalada no teto dos veículos produz toda a eletricidade necessária para puxar os vagões.
Segundo especialistas, apenas o chamado “hidrogênio verde” é de fato livre de carbono, com suas moléculas sendo separadas a partir de um processo químico conhecido como eletrólise. No caso dos trens alemães, o hidrogênio utilizado para abastecer as locomotivas é um subproduto derivado da transformação de combustíveis fósseis, como o gás natural.
“Nossa expectativa é que esse elemento passe a ser produzido por eletrólise em Bremervorde a partir do terceiro ano, em um parque solar ou eólico projetado para esse fim. Inicialmente, essa medida deve aumentar a proporção de uso de “hidrogênio verde” nos trens para 35%”, acrescenta Lafarge.
Outras iniciativas
O grupo alemão Siemens, em parceria com a empresa ferroviária Deutsche Bahn, também conta com um projeto parecido. Os testes com trens movidos totalmente a hidrogênio — com aproximadamente 800 km de autonomia — devem começar a partir de 2024 e durar por pelo menos mais um ano.
Embora a Alemanha tenha anunciado em 2020 um plano ambicioso para se tornar líder em tecnologias de produção de hidrogênio em uma década, a falta de infraestrutura no continente europeu e a dependência do gás produzido na Rússia, podem atrasar o desenvolvimento de um transporte ferroviário livre de carbono.
“Agora temos que estabelecer uma infraestrutura de hidrogênio correspondente, criando as condições tecnológicas para produzir e transportar hidrogênio verde de forma econômica. Infelizmente, ainda estamos nos primórdios desse desenvolvimento”, encerra o gerente de negócios da Siemens Energy Martin Schneider.
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Fonte: Canaltech