Na última quinta-feira (13), a Unesco — Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura — lançou luz sobre a necessidade de ética e regulamentação na neurotecnologia. Esse debate aconteceu por meio de uma conferência internacional na sua sede, que fica em Paris.
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A proposta do evento foi explorar o potencial da ciência em questão e abordar os desafios éticos. Para isso, contou com formuladores de políticas e especialistas, representantes da ONU, mídia e empresas do setor privado.
Na ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que o setor “avança em alta velocidade” e representa esperança para pacientes com condições como Alzheimer e esclerose múltipla. Por outro lado, ele faz um apelo para que os padrões éticos e a proteção dos direitos humanos sejam respeitados.
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Seguindo essa linha de raciocínio, Guterres declarou que serão necessárias diretrizes mais fortes e claras para a aplicação da neurotecnologia.
O potencial da neurotecnologia
Quando falamos de neurotecnologia, estamos nos referindo a qualquer tipo de dispositivo ou procedimento projetado para acessar, monitorar, investigar, avaliar, manipular e/ou emular a estrutura e a função dos sistemas neurais.
Esses dispositivos neurotecnológicos podem ser membros robóticos e até mesmo implantes cerebrais, concentrados em restaurar movimentos e funções perdidas ou ajudar pacientes com determinadas condições.
A própria Unesco aponta que uma em cada oito pessoas em todo o mundo vive com um distúrbio mental ou neurológico, e em resposta, a neurotecnologia vem apresentando potencial para reduzir o número de mortes e incapacidades causadas por esses distúrbios.
Atualmente, o projeto mais famoso é o da empresa Neuralink, do Elon Musk, mas várias outras também apostam em dispositivos totalmente implantáveis. Neste ano, o projeto conseguiu aprovação para testar chips em cérebros humanos.
Ética na neurotecnologia
No evento, a Unesco alertou que, sem barreiras éticas, essas tecnologias podem representar sérios riscos, levando em consideração que as informações do cérebro podem ser acessadas e manipuladas.
“Entre os potenciais efeitos estão ameaças aos direitos e liberdades fundamentais, que são essenciais para a noção de identidade humana, liberdade de pensamento, privacidade e memória”, diz a agência, em comunicado.
Segundo Unesco, a maioria dos dados neurais é gerada inconscientemente, portanto, não existe um procedimento para consentimento de uso. Com isso, o receio é que dados confidenciais extraídos “caiam em mãos erradas e causem consequências prejudiciais”.
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Fonte: Canaltech