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Sintonia do Futuro: Impacto Revolucionário da Transição das Rádios para FM Estendido no Brasil

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Imagem de Juanma_Martin por Pixabay

 

A migração das emissoras de rádio da faixa AM para a FM traz benefícios ambientais, mas pode resultar em um apagão comunicacional em várias regiões do país. Enquanto as transmissões de AM consomem mais energia e apresentam desperdício de sinal, a faixa FM tem um alcance limitado, restringindo-se aos municípios vizinhos. Isso é especialmente preocupante em áreas isoladas, onde as rádios operam parcialmente por geradores a óleo.

O Brasil, como uma nação continental com desigualdades econômicas e geográficas, possui extensões territoriais vastas e comunidades remotas. Nessas regiões, a rádio é muitas vezes o único meio de comunicação existente. Com a migração das emissoras de AM para FM, essas localidades correm o risco de ficarem sem receber os sinais de rádio.

Esse problema é especialmente significativo em comunidades rurais e áreas isoladas, onde a interação e a informação dependem da penetração das rádios públicas que operam com dial AM. Estima-se que essas estações públicas atendam a pelo menos 60 milhões de pessoas, incluindo populações de outros países da Amazônia Legal.

Embora a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) afirme que não extinguirá as redes de AM nos pontos mais remotos para evitar um apagão de comunicação, sua continuidade não é garantida, uma vez que é uma empresa pública. Além disso, o Brasil enfrenta o problema do “deserto de notícias”, onde mais de 30 milhões de brasileiros vivem em locais onde a comunicação de massa não chega.

A migração das emissoras de AM para FM está ocorrendo gradualmente, mas enfrenta desafios. Além dos custos envolvidos na troca de equipamentos e na obtenção de novas outorgas, muitas estações menores e distantes podem não ter recursos para realizar a migração. No entanto, aquelas que conseguirem investir na migração reduzirão consideravelmente os custos operacionais, além de desfrutar da melhoria na qualidade do som.

Apesar das leis e decretos que determinam a inclusão do espaço estendido da faixa FM, ainda existem obstáculos, como a falta de opção nos aparelhos receptores disponíveis no mercado. Além disso, as montadoras de automóveis estão substituindo os receptores radiofônicos por MP3 e as fabricantes de celulares já excluíram os rádios de suas funcionalidades básicas.

Para garantir o sucesso da migração e evitar o apagão comunicacional, é necessário que o poder público e a sociedade exerçam pressão na cadeia produtiva. A inclusão do espaço estendido nas opções de aparelhos receptores é fundamental para que os ouvintes tenham acesso aos sinais das emissoras migradas. Sem audiência e investimentos publicitários, as emissoras migradas enfrentarão dificuldades competitivas em relação às antigas ocupantes da faixa FM.

A migração das emissoras de rádio AM para FM no Brasil é um processo complexo que envolve questões ambientais, sociais e econômicas. É fundamental encontrar soluções que garantam a continuidade da comunicação nessas regiões remotas e que promovam o desenvolvimento de um mercado de rádio mais equilibrado e inclusivo.