Pela primeira vez, o Ministério da Saúde se pronunciou sobre o surto provocado pela Síndrome de Guillain-Barré no Peru, onde quatro mortes já foram confirmadas. No entendimento das autoridades brasileiras, o risco de disseminação da condição autoimune é baixo, considerando que o quadro não é contagioso.
“A avaliação de cenário aponta que não há necessidade de restrição de turismo, comércio e/ou circulação de pessoas”, pontua o Ministério da Saúde, em nota. O direcionamento é importante, já que o Peru faz fronteira com grande parte do estado do Acre e com o Amazonas.
Além do posicionamento público, anunciado na terça-feira (11), a pasta informa que “uma nota técnica está sendo enviada às secretarias estaduais de saúde reforçando que a situação até o momento é de baixo risco para o país”, acrescenta.
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Surto de Guillain-Barré no Brasil?
Apesar do atual surto da Síndrome de Guillain-Barré, um fato pouco conhecido é que o Brasil já enfrentou uma crise de saúde pública similar, em 2015. Os casos da condição que gera a paralisia dos membros foram relatados na Bahia, mas, desde então, nada do tipo foi novamente identificado.
Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome que ataca o sistema nervoso periférico é pouco frequente no Brasil. Embora o quadro possa ser provocado por vários fatores, cerca de 75% dos casos ocorrem devido a algum processo infeccioso iniciado por uma bactéria ou vírus.
Casos da Síndrome Guillain-Barré no Peru
Voltando para o Peru, as autoridades de saúde já contabilizam 182 casos da Síndrome de Guillain-Barré, sendo que 31 pacientes ainda estão internados e quatro faleceram. Diante do problema, foi anunciado estado de emergência por 90 dias.
No momento, o Peru ainda não sabe qual é o agente infeccioso responsável pelo surto. Descobrí-lo é fundamental para limitar o número de novos casos e, consequentemente, reduzir ainda mais o risco de chegada da síndrome autoimune para países vizinhos, como o Brasil.
Por lá, o mais recente surto ocorreu em 2019, quando 900 casos foram confirmados. Após investigações, as autoridades descobriram que a causa dos eventos de Guillain-Barré era a bactéria Campylobacter jejuni, capaz de provocar quadros de diarreia.
Quando a Síndrome Guillain-Barré pode ser perigosa?
É importante explicar que a sensação de dormência nas pernas, pés, mãos e braços são os primeiros sintomas da Síndrome de Guillain-Barré. Conforme evolui e dependendo da saúde do indivíduo, pode causar a paralisia dos quatro membros.
O maior risco para o paciente ocorre quando a fraqueza e a paralisia atingem os músculos respiratórios. Neste caso de urgência médica, o indivíduo precisa ser internado e entubado (suporte respiratório), o que evita o óbito.
Há risco de sequelas com a síndrome
“Quando diagnosticado logo no início ou com formas leves, os pacientes costumam ter uma boa recuperação e podem não ter sequela”, explica a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para a Agência Brasil.
“Entretanto, os casos mais graves podem deixar sequela. A pessoa pode ficar paraplégica, por exemplo, como sequela de Guillain Barré, e isso é independentemente do agente infeccioso”, completa.
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Fonte: Canaltech