Na última segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou medidas para elevar a arrecadação do governo federal, sendo uma delas o combate ao contrabando no comércio eletrônico. Segundo o ministro, especula-se uma receita de até R$ 8 bilhões ao ano através da regularização.
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A solução visa enquadrar empresas internacionais de varejo que não estão pagando os impostos devidos. Ao ser questionado se o projeto mira em e-commerces chineses, como Shein e AliExpress, o ministro não mencionou as empresas, mas destacou que quem não está pagando os impostos, começará a pagar.
“O problema todo é o contrabando. O comércio eletrônico faz bem para o país, estimula a concorrência, o que nós temos que coibir é o contrabando, porque está prejudicando muito as empresas brasileiras que pagam impostos”, disse Haddad. O ministro ainda completa que todas as empresas podem operar no Brasil, desde que exista uma concorrência saudável com quem paga imposto para o país.
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Varejistas brasileiras defendem a taxação

Na última semana, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, reforçou a competição desleal entre os comércios eletrônicos brasileiros e os chineses: “não tem jeito de competir se você paga 37% de imposto e o outro não paga”.
A fala da empresária foi reforçada por Raphael Carnavalli, Marketing and Sales Director da Frete Rápido, em entrevista ao Canaltech. O especialista explica que um lado precisa pagar para importar, enquanto os consumidores de sites estrangeiro, quase sempre, não pagam um imposto por isso.
Para ele, a taxação é justa e vai estimular o mercado interno brasileiro, visto que se tornará mais vantajoso consumir de comerciantes nacionais. “Mesmo o preço sendo um pouco maior, a vantagem do SAC e reversa falarão mais alto na decisão de compra”, afirma.
Considerando o acordo entre Brasil e China para conversão direta entre suas moedas, Carnavalli comenta sobre a situação das lojas brasileiras que trabalham com produtos importados:
“Uma vez que o lojista já paga o seu imposto e, melhor ainda, pagar em uma conversão direta, a vantagem na precificação será enorme e assim conquista ainda mais o cliente. Já o consumidor pensará mais em comprar de um site chinês sendo que no Brasil encontrará o mesmo produto e pelo mesmo preço. Claro que os chineses estão sempre a frente de produtos inovadores, não creio que as comprar irão cair drasticamente, mas cairão pelos produtos mais comprados por aqui.”
O que dizem os consumidores
Em seu perfil do Twitter, o ministro compartilhou um vídeo respondendo a perguntas sobre a nova medida em que ele afirma que não será preciso criar novos impostos ou aumentar a alíquota, bastando apenas “cobrar de quem não paga”. A previsão é de arrecadar entre R$ 110 e 150 bilhões até o final do ano.
Precisamos trazer para dentro do sistema tributário quem sonega.
Acabar com os privilégios e corrigir essas distorções. Esse é um dos caminhos para nossa economia crescer (+) pic.twitter.com/x7UeXtcy6t— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) April 3, 2023
Usuários da rede social comentaram a publicação com suas perspectivas sobre o assunto, confira:
Vai cobrar impostos das Igrejas e Templos?
— Moira A. Cunha (@CunhaMoira) April 3, 2023
Levando a fala do ministro em consideração, uma usuária questionou se igrejas e templos seriam cobrados.
Ao longo dos anos tributaram tanto na fonte trabalhadores e aposentados que não está sobrando mais nada, se continuar assim a classe média baixa vai virar pobre de vez. Qdo escuto ninguém paga imposto sobre dividendos,helicópteros,etc, e eu pagando sobre meu benefício fico p*.
— Joel Barreiros (@JoelBarreiros3) April 3, 2023
Outro usuário do Twitter desabafou sobre a falta da taxação de grandes riquezas e o peso dos impostos para os trabalhadores.
Vai ser interessante isso, tendo em vista que quem mais sonega imposto são justamente os grandes empresarios/políticos. Quero só ver cobrar do Veio da Havan o que ele ta devendo. E só pra lembrar, em 2017 o@Bradesco
devia R$ 4,9 bilhões de impostos. Quero ver cobrar deles— console.log(‘Rodrigo’); (@Coxamon) April 3, 2023
Neste comentário, um internauta lembra como grandes empresas que teoricamente deveriam pagar os impostos ficam devendo bilhões e não são cobradas, enquanto os consumidores devem lidar diretamente com os impactos da medida.
A taxação de todo e qualquer produto, independente do valor é claramente uma manobra desleal para com o pequeno/micro empreendedor e até mesmo do indivíduo que compra um produto internacional para uso próprio, os preços abusivos exercidos no Brasil, com impostos arrebatadores.
— Robson_Dev (@RobsondeMeloMi1) April 3, 2023
Por fim, um outro perfil do Twitter revela as dificuldades para os consumidores, pequenos e microempreendedores que precisam lidar com as altas taxas de juros no país.
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Fonte: Canaltech