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Que tamanho um meteoro precisa para extinguir espécies? Depende de onde ele cair

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Que tamanho um meteoro precisa para extinguir espécies? Depende de onde ele cair - 1

O tamanho de um meteoro em um episódio de extinção em massa não é tão importante quanto o lugar onde ele cai. Essa é a proposta de um novo estudo que analisa os eventos relacionados às quedas de rochas espaciais e os fatores que levam à extinção de espécies, como os dinossauros.

De acordo com a pesquisa, os meteoros que caem sobre uma superfície rica em feldspatos têm mais chances de causar danos à vida na Terra. Isso explica um dos mistérios sobre esses eventos: por que alguns meteoros causam extinções em massa e outros, mesmo sendo grandes, não?

Extinção das espécies depende do clima

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Resumo dos maiores episódios de extinção em massa (Imagem: Reprodução/D. Bonadonna/MUSE, Trento)

Ainda existe algum debate científico acerca do grande evento que culminou na extinção dos dinossauros — ao menos os não-aviários, já que algumas aves compartilham a mesma árvore evolutiva dos “dinos”. É que esse tipo de extinção em massa é atribuída também a invernos de impacto, um período de frio prolongado que ocorre após a queda de uma rocha espacial.


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Por isso, a primeira coisa a se ter em mente é que as espécies não foram extintas exatamente por causa da colisão em si, mas devido aos processos que ocorrem no planeta após o impacto. Mas que processos são esses? E por que acontecem só em alguns casos?

As hipóteses atualmente aceitas são que as colisões criam não apenas tsunamis e incêndios em escala global, mas também levantaram grandes volumes de poeira do solo, bloqueando a luz do Sol e deixando plantas e algas em um cenário desfavorável. Sem plantas, os animais herbívoros e até parte dos carnívoros enfrentaram escassez de comida.

Isso nos leva a sugerir que quanto maior um meteoro, mais mantas de poeira se erguem para cobrir o céu. Mas não foi isso que os pesquisadores encontraram. De acordo com o sedimentologista da Universidade de Liverpool, Chris Stevenson, “a vida continuou normalmente durante o quarto maior impacto, que teve uma cratera de 48 km de diâmetro”.

O pesquisador também explicou que “um impacto com metade do tamanho estava associado a uma extinção em massa há apenas 5 milhões de anos”. Isso significa que há outros fatores condicionais para desencadear o inverno de impacto. Entre eles, um mineral chamado feldspato.

Como meteoros perturbam as nuvens

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Dinossauros foram extintos em um dos eventos de impacto de meteoro (Imagem: Reprodução/Gerd Altmann/Pixabay)

Os feldspatos são rochas de silicato de alumínio que constituem cerca de 60% da crosta terrestre — ou seja, é bem comum em muitos solos. Além disso, é um produto químico seguro e não reativo, mas também é um poderoso aerossol de nucleação de gelo. Isso significa que o s feldspatos podem alterar bastante a composição da nuvem.

Assim, os autores do estudo propõem que, após os efeitos imediatos de um impacto diminuírem, a química do que permanece no ar começa a atuar. Se for poeira de argila normal, o sistema climático se reequilibrará, e não haverá maiores prejuízo às espécies, apesar da morte de muitos indivíduos.

Por outro lado, se for o feldspato de potássio, a dinâmica das nuvens da Terra continuaria sendo alterada, pois elas conterão uma proporção maior de cristais de gelo em relação às gotículas de água normalmente encontradas em regiões mais baixas e quentes do céu. Isso reduz o efeito reflexivo e permite que mais luz passe pelas nuvens para aquecer o planeta.

Além disso, os mecanismos de resfriamento das nuvens são suprimidos, aumentando a sensibilidade ao clima e tornando o sistema climático mais vulnerável a outros distúrbios, como o aumento das emissões de erupções vulcânicas. Alguns dos maiores eventos vulcânicos do mundo estão associados a extinções em massa — e estudos sugerem que, inclusive, a extinção dos dinossauros está relacionada a uma série de erupções vulcânicas.

Esses episódios de erupção vulcânica também estão ligados a mais feldspato de potássio em nossa atmosfera. “Muitos mecanismos de morte se correlacionam de forma variável com eventos de extinção ao longo do tempo geológico: eles coincidem com esses raros períodos de desestabilização do clima pelo feldspato de potássio atmosférico”, escreveram os pesquisadores.

Em suma, não importa se um meteoro é gigante ou não, e sim onde ele cai. Se a colisão for sobre uma área rica em feldspato de potássio, é mais provável que um clima desfavorável a determinadas formas de vida seja desencadeado após as consequências diretas do impacto. O artigo foi publicado no Journal of the Geological Society.

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Fonte: Canaltech