O terremoto que atingiu Turquia e Síria na noite da última segunda-feira (6) teve vários motivos para ter causado mais de 11.000 mortes confirmadas até o momento, além de centenas de milhares de desabrigados. A primeira foi sua magnitude — 7,8 graus — mas, segundo geólogos, o principal agravante foi sua baixa profundidade.
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O Canaltech já relatou como a profundidade ampliou os danos de outro terremoto, destruindo milhares de lares na Indonésia em dezembro do ano passado. Mais uma vez, um terremoto raso influenciou a intensidade do desastre. O hipocentro do primeiro sismo foi a 18 quilômetros de profundidade e sua réplica — nome dado aos abalos que seguem o tremor principal — a apenas 10 quilômetros da superfície.

Estimativas apontam que a energia liberada pelos tremores foi equivalente a da maior bomba atômica testada durante a Guerra Fria. Pela baixa profundidade, a pequena distância que essa energia percorre através da crosta terrestre deixa pouco espaço para que ela se dissipe e o terremoto seja atenuado.
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Terremotos na zona de 10 a 20 km de profundidade ainda geram a possibilidade de falhas geológicas aparecerem muito próximas à superfície. Essas falhas afetam, portanto, infraestrutura subterrânea como cabos de energia, canos e túneis.
Outros agravantes
Além da profundidade, mais dois fatores tornaram a destruição e o número de vítimas na região ainda maior. O primeiro foi o horário em que os abalos aconteceram: 4:17 da manhã. Em um terremoto, a maioria das mortes é ocasionada pelo colapso dos prédios. Como a maioria da população estava dormindo no momento dos tremores, houve pouco tempo para que as pessoas pudessem deixar suas casas.

Na Síria, um fator social também foi determinante para agravar o desastre. Os vários anos de guerra civil no país deixaram inúmeras estruturas fragilizadas, diminuindo sua resistência aos tremores.
Por que tão raso?
A profundidade dos abalos sísmicos da região não é por acaso. Enquanto terremotos frequentes na área conhecida como Anel de Fogo do Pacífico podem ser gerados a até 700 km abaixo da superfície, a crosta terrestre na Turquia é muito mais estreita.
Na região da Turquia — onde as placas tectônicas da Arábia, da África e da Eurásia se encontram — a espessura da litosfera é de apenas 30 km.
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Fonte: Canaltech