A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RFB) deflagraram nesta última quinta-feira (22) uma ação contra organizações criminosas que usam criptomoedas para lavagem de dinheiro. A Operação Colossus, que recebeu esse nome em homenagem a um computador desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial por criptoanalistas britânicos para neutralizar ações dos nazistas.
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Segundo a PF, estima-se que mais de R$ 2 bilhões tenham sido movimentados em operações de câmbio suspeitas. De acordo com a corporação, esses recursos ingressaram e estão circulando dentro do sistema financeiro brasileiro por intermédio de empresas de fachada, que não teriam capacidade econômico-financeira para tal.
“As operações sempre têm o mesmo viés: uma exchange de criptoativos recebeu valores de empresa de fachada que teria sido utilizada por criminosos como veículo para prática do primeiro ato da lavagem de dinheiro”, explica o professor do MBA in company da FGV, Victor Jorge. “A colocação compreende a inserção do dinheiro ‘sujo’ no sistema econômico formal, por depósitos bancários”.
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Dinheiro lavado em criptomoedas foram enviados ao exterior
Esses valores teriam transitado por diferentes contas bancárias, até ser investido em criptoativos que poderiam ser utilizados fora do Brasil. A prática, além de lavagem de dinheiro, configura os crimes de evasão de divisas e associação criminosa. Os fatos foram apurados entre os anos de 2017 e 2021, porém, de acordo com a PF, ainda persistem.
“Após a colocação do dinheiro na economia, os criminosos movimentam esses valores por diversas contas de outras empresas de fachada ou não, ou até de pessoas físicas, praticando a segunda etapa, a chamada ocultação”, descreve Jorge. Segundo o professor, essa ação visa esconder a origem do dinheiro e dificulta a vinculação desses valores à práticas criminosas.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo e foram cumpridos nas cidades de Mogi das Cruzes/SP, São Paulo/SP, Guarulhos/SP, Franca/SP, Campinas/SP, Santo André/SP, Barueri/SP, Rio de Janeiro/RJ, Niterói/RJ, Belo Horizonte/MG, Florianópolis/SC, Caxias do Sul/RS, Recife/PE e Curitiba/PR.
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Fonte: Canaltech