Pesquisadores da Universidade de Swansea, no Reino Unido, desenvolveram uma nova técnica para converter o carbono presente em máscaras faciais que seriam descartadas em nanotubos de carbono, utilizados na fabricação de cabos Ethernet para distribuição de internet de banda larga.
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Segundo os cientistas, esses nanotubos de parede única — batizados de CNTs — possuem alta qualidade e podem ser usados não só para transmitir dados em alta velocidade, mas também na produção de baterias mais leves e eficientes, utilizadas em drones e carros elétricos.
“As máscaras faciais de uso único criam grandes quantidades de resíduos plásticos que acabam terminando em nossos oceanos. Nesse estudo, estabelecemos que o carbono dentro de uma máscara pode ser usado como uma boa matéria-prima para fabricar materiais de alta qualidade”, explica o professor de segurança energética Alvin Orbaek White, autor principal do estudo.
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Nanotubos de parede única
Os CNTs possuem propriedades físicas bastante peculiares e tendem a ser muito mais caros quando produzidos em escala industrial. Segundo os pesquisadores, o reaproveitamento de materiais que seriam descartados, como as máscaras faciais, pode ajudar a reduzir esse custo.
Outra vantagem desse sistema de reciclagem é a utilização da chamada “química verde” para separar o carbono de outros elementos encontrados nas máscaras faciais. De acordo com os cientistas, essa técnica diminui os níveis de consumo e gera uma quantidade infinitamente menor de resíduos.
“O uso de películas finas de CNT em baterias de íons de lítio — em vez de filmes metálicos — tem um impacto menor no meio ambiente, pois a reutilização do carbono compensa a necessidade de atividades de mineração e extração, contribuindo para uma economia circular e sustentável”, acrescenta o professor White.
Cabos de alta velocidade
Os cabos de Ethernet fabricados durante os testes de laboratório, usando os CNTs como matéria-prima, atingiram um nível de transmissão similar ao encontrado em dispositivos de categoria 5 — com largura de banda de até 10 Mb/s, a uma distância de até 100 metros e frequência de 100 MHz.
Segundo os pesquisadores, esse índice de transmissão de dados em alta velocidade supera facilmente os benchmarks estabelecidos para que uma conexão de internet seja considerada de banda larga, na maioria dos países onde há medições regulares de velocidade de tráfego de informações digitais.
“Os nanotubos de carbono se tornaram um tópico de pesquisa crescente e um material industrial há quase 30 anos, com muitas aplicações já realizadas nas áreas de energia, transporte, manufatura e construção. Agora, nós provamos que eles também podem ser reaproveitados para dar um destino mais sustentável ao lixo gerado pelas máscaras faciais”, encerra o professor Alvin Orbaek White.
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Fonte: Canaltech