Na última sexta-feira (24), a Guerra na Ucrânia completou um ano, sem nenhuma perspectiva de paz no curto prazo. Após a invasão russa, a agência para refugiados da ONU (Acnur) contabiliza mais de 7 milhões de refugiados. Além de toda a tragédia humana, o conflito impulsiona o desenvolvimento de robôs assassinos, comandados por Inteligência Artificial (IA), com potencial destruidor incalculável.
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“Conforme as baixas aumentam na Ucrânia, cresce a pressão para se obter vantagens decisivas no campo de batalha com armas totalmente autônomas — robôs que podem escolher, caçar e atacar seus alvos por conta própria, sem a necessidade de qualquer supervisão humana”, afirma James Dawes, professor da Macalester College, nos Estados Unidos, em artigo para a The Conversation.
Quais armas e robôs são usados na Guerra?
Hoje, a maioria das armas usadas na Guerra entre a Rússia e a Ucrânia são semi-autônomas. De forma geral, dependem obrigatoriamente de um ser humano — no caso, um soldado — para serem acionadas. Só que uma nova geração de armamentos já começa a ser desenvolvida e, em alguns casos, até testada.
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Para Wahid Nawabi, CEO da empresa AeroVironment que produz o drone Switchblade — usado pelas tropas ucranianas na defesa —, os drones da companhia podem ser tornar armas de guerra totalmente autônomas. Em outras palavras, a tecnologia necessária já estaria disponível, mas ainda precisa ser aplicada.
Desenvolvido pela empresa Android Technique em parceria com a Foundation for Advanced Research (FPI), o Marker é um robô assassino ainda em fase experimental. A tecnologia russa se assemelha a um tanque de guerra, mas não é tripulado e conta com armamento de última geração. No futuro, poderá atacar alvos sem nenhum comando humano.
‘Android Technology’ and the ‘Foundation for Advanced Research’ (FPI) test the Marker UGV carrying out patrol duties at the Russian spaceport (Vostochny Cosmodrome). #ugv #unmanned #uncrewed #robotics #russianfederation #combat #patrol #security #autonomy #autonomousvehicles pic.twitter.com/jbIX7GQPzU
— Melanie Rovery (@MelanieRovery) October 8, 2021
Estes são apenas pequenos indicativos de que a guerra deve envolver cada vez mais robôs inteligentes e, hoje, potências econômicas endossam esta estratégia de defesa (ou ataque). No final de janeiro, o Departamento de Defesa dos EUA publicou uma diretriz que orientava os militares no desenvolvimento de armas autônomas. Medidas ou iniciativas semelhantes já foram anunciadas pela Rússia, China, Coreia do Sul e União Europeia.
Questões éticas da substituição de soldados por robôs

O uso de robôs assassinos e armas autônomas levanta inúmeras questões éticas, segundo especialistas. Entre as críticas, está o fato de que as decisões de guerra sobre a vida e a morte devem permanecer nas mãos dos seres humanos, não podendo ser terceirizadas pela tecnologia.
Este é o ponto principal de defesa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Para o grupo, as obrigações legais dos comandantes e operadores militares “não podem ser transferidas para uma máquina, algoritmo ou sistema de armas”. Afinal, se estes robôs atacarem civis inocentes, como crianças e idosos, é sempre necessário que alguém possa ser, no mínimo, responsabilizado. Isso desconsiderando as possíveis panes na tecnologia.
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Fonte: Canaltech