A China passa por uma escassez de energia após ser atingida por uma seca prolongada que reduziu a atividade das usinas hidrelétricas — que estão com os reservatórios baixos. Com isso, fábricas no sudoeste da China fecharam e algumas cidades passaram por apagões forçados.
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Dentre as regiões afetadas pela seca está a província de Sichuan, que abriga diversas fábricas de big techs incluindo unidades da Foxconn que fabrica iPads da Apple, Intel, Toyota e CATL, responsável por fornecer baterias elétricas para os carros da Tesla.
Com a crise de energia que vem piorando, a Toyota e a CATL anunciaram o fechamento das suas fábricas nesta quarta-feira (17) até o dia 20 de agosto. A província de Sichuan depende bastante da energia hidrelétrica — que é responsável pelo fornecimento de 80% da energia na região.
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As autoridades anunciaram que o fornecimento de energia será priorizado para o uso residencial e ordenaram que empresas de 19 das 21 cidades da província — que conta com 84 milhões de habitantes — suspendessem as suas atividades até o final desta semana.
A província é o centro de mineração de lítio e polisilício da China — componentes chave nas indústrias de baterias de automóveis elétricos, solar e eletrônica. Com o fechamento das fábricas do setor de mineração, o custo da matéria-prima pode aumentar nas próximas semanas devido à redução na oferta dos materiais, segundo analistas da Daiwa Capital.
A seca prolongada em Sichuan tem se intensificado desde o dia 7 de agosto, marcando a onda de calor mais extrema das últimas seis décadas na região. Segundo as autoridades, a precipitação média da província caiu em 51% em relação ao mesmo período dos anos anteriores.
Além de Sichuan, outras províncias chinesas — incluindo Jiangsu, Anhui, Zhejiang, Chongqing e Hubei — também tiveram que racionar a energia para empresas e residências. Com a seca, a produção de energia da maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, em Hubei, caiu cerca de 40% em relação ao ano passado.
Nesta quarta-feira (17), a província de Hubei também anunciou um extenso programa de modificação do clima, com a implementação de aviões para disparar hastes de iodeto de prata nas nuvens para induzir chuvas. A agência meteorológica alertou que as temperaturas em algumas áreas podem ultrapassar os 40 graus Celsius e devem permanecer até o final do mês.
Embora, diversas cidades na China tenham sido afetadas pela seca, é improvável que todo o país sofra com a escassez de energia visto que a maioria delas ainda depende do carvão para gerar eletricidade, segundo o analista da Bloomberg, Hanyang Wei.
É provável que a China ainda seja altamente dependente do carvão nos próximos anos, considerando que as ondas de calor podem se tornar cada vez mais comuns no país à medida que as mudanças climáticas pioram — o que pode comprometer os planos de Pequim de zerar a emissão de carbono do país.
Contudo, pesquisadores da Universidade de Tsinghua, em Pequim afirmam que 90% da energia na China será fornecida por usinas nucleares e renováveis até 2050.
Outro fator que pode ajudar a China a atingir sua meta de neutralidade de carbono até 2060, está no seu avanço no setor de transportes — com a troca dos combustíveis fósseis por células de combustível de hidrogênio — na produção de painéis solares e nos programas de reflorestamento.
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Fonte: Canaltech