Após cinco anos desde o início da coleta de dados, a China divulgou o primeiro lote de informações científicas de seu instrumento astronômico Dark Matter Particle Explorer (DAMPE), um observatório orbital de raios gama que detecta elétrons de alta energia para tentar encontrar pistas das partículas que compõem a matéria escura do universo.
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Lançado em 2015, o DAMPE começou a registrar dados em janeiro de 2016, e concluiu a varredura do céu completo 11 vezes, o que resultou em cerca de 10,7 bilhões de detecções de raios cósmicos de alta energia. Entre os dados, estão medições altamente precisas de elétrons de raios cósmicos, prótons e núcleos de hélio, acima de trilhões de elétron-volts de energia.
Os dados divulgados compreendem o período entre o início das observações até o dia 31 de dezembro de 2018, e conta com 99.864 análises de fótons gama. Com isso, cientistas do mundo inteiro poderão acessar os dados para estudar os raios cósmicos e procurar evidências de alguma das partículas hipotéticas que, segundo propostas, podem compor a matéria escura.
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Matéria escura por trás dos raios gama
Uma das partículas candidatas a compor a matéria escura poderia ser estudada através desse conjunto de dados (se ela for mesmo real, mas por enquanto é apenas hipotética). Estamos falando da WIMPS, partícula proposta para explicar uma quantidade inexplicável de raios gama no centro da Via Láctea, descoberta em 2009. Alguns cientistas suspeitam que a responsável por esse excesso de fótons gama seja a própria matéria escura, caso ela seja mesmo feita de WIMPS.
A ideia das WIMPS é que, quando elas colidem com suas antipartículas, elas se aniquilam, explodindo como fogos de artifício. Nesse evento energético, fótons de raios gama seriam liberados, e isso poderia explicar os dados descobertos em 2009. Por isso, o DAMPE pode revelar coisas interessantes, tanto sobre o excesso de raios gama da Via Láctea, quanto sobre a possível existência dos WIMPS, caso eles sejam os “culpados” por essa radiação.
Ainda há mais dados científicos dos fótons de raios gama para serem liberados. Além disso, as agências responsáveis pelo DAMPE — a National Space Science Data Center (NSSDC) e o Purple Mountain Observatory (PMO), ambos da Academia Chinesa de Ciências — disseram que disponibilizarão análises de dados e novas ferramentas para aplicação desses estudos.
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Fonte: Canaltech