Se você acha que os preços dos carros no Brasil estão caros, o que dirá quando souber que em Singapura, região composta por pequenas ilhas no sudeste asiático, o modelo mais barato à venda custa quase R$ 1 milhão?
Antes que você pergunte se por lá o carro mais barato à venda no mercado é uma Ferrari, um Porsche ou uma Lamborghini, já vamos adiantando que a resposta curta e grossa é “não”. O modelo que em Singapura custa R$ 770 mil é um Kia Stonic EX, híbrido que no Brasil é vendido por aproximadamente 5 vezes menos: R$ 148 mil.
Qual o motivo de um carro teoricamente comum ter um valor estratosférico em Singapura? A resposta tem apenas três letras: COE. O porquê de essa sigla ser a “culpada” por um carro custar tão caro por lá é o que vamos explicar a seguir.
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O que é o COE?
Em português, COE significa Certificado de Licença, ou Certificado de Titularidade. Esse certificado é uma espécie de mecanismo criado pelo governo de Singapura há pouco mais de três décadas (em 1990, para ser exato), com o objetivo de controlar o tamanho da frota de carros que roda no país.
O controle é necessário, na visão dos governantes, por conta das condições geográficas do local. Para quem não sabe, Singapura tem pouco mais de 700 km² de extensão, boa parte deles coberta por florestas, e conta com quase 6 milhões de habitantes.
Para que a região não se torne um caos no que diz respeito ao tráfego de veículos, foi criado o COE. O Certificado de Licença tem validade de 10 anos, mas os critérios para a expedição de novos documentos são analisados a cada 6 meses. Dessa forma, o governo pode mensurar quantos registros estão para expirar e, na sequência, quanto (ou se) a frota de carros nas ruas poderá crescer.
Tirar o COE custa caro
Quando dissemos, lá no início da matéria, que o COE é o principal responsável por um carro popular custar quase R$ 1 milhão em Singapura, não estávamos exagerando. E agora que você já sabe o que é e para que serve o Certificado de Licença, vai entender o porquê de ele ter tanta influência no preço final dos carros.
Desde setembro de 2023, data em que foi feita a última conta para saber quantos certificados poderão ser emitidos nos próximos seis meses, o valor cobrado para a obtenção do COE subiu, em média, R$ 77 mil, mais do que o preço de um Renault Kwid no Brasil.
Agora, o COE está custando exatos US$ 106 mil (R$ 535,4 mil, na conversão direta). Além do valor do certificado, também incidem sobre o preço final do carro outros impostos e taxas de registro exigidas pelo governo local.
Por conta de todos esses fatores, carros que normalmente têm preços mais em conta acabam se tornando extremamente caros em Singapura. Um Toyota Camry, por exemplo, custa aproximadamente US$ 26 mil nos Estados Unidos (R$ 131,6 mil), mas no país asiático não sai por menos de US$ 183 mil (R$ 926,6 mil).
Se você pensa que tudo lá é tão caro quanto os carros, porém, está enganado. Se em relação ao trânsito a aposta do governo está focada no transporte público de qualidade, com a clara intenção de diminuir o número de carros nas ruas, no que se refere à moradia os valores são condizentes com a realidade da população.
Um apartamento de classe média, por exemplo, custa praticamente a metade do que é cobrado por um Camry, com preços em torno de US$ 91 mil (R$ 460,8 mil).
Curioso, não? Será que essa medida daria certo no Brasil? Comente com a gente em nossas redes sociais.
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Fonte: Canaltech