Brasil

Para atender um novo público, Fantástico declina no conteúdo e vira programa raso

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Quando foi a última vez que o Fantástico impactou com uma boa matéria, uma grande entrevista ou um furo de reportagem? Faz tempo, não é mesmo?. Me recordo quando em 2020, Drauzio Varella virou discussão nacional durante meses ao mostrar como funciona o sistema prisional para transexuais no Brasil. O médico sofreu retalhações ao dar um abraço em uma detenta com ficha criminal obscura.

Desde então, a atração foi suavizada editorialmente e passou por frequentes alterações na apresentação, perdendo, de certa forma, a familiaridade com o público fiel. E a questão aqui não é audiência, mas sim o conteúdo. Hoje, os que não acompanham o noticiário de entretenimento sequer imaginam que Poliana Abritta e Maju Coutinho estão fixas como apresentadoras ou que Tadeu Schmidt deixou definitivamente o comando.

O Fantástico, de um tempo para cá tem se prestado a requentar temas que foram destaques ao longo semana, entretanto, sem o timming correto para isso. Muito mais politizado e menos abrangente nos temas, a atração tem exigido pouco dos repórteres e apostado em um jornalismo menos profundo e mais popular.

Por outro lado, observa-se o crescimento de quadros obsoletos e nada atrativos, bem como quando resolveram criar um “teste de fidelidade” teen, conduzido por Renata Ceribelli – uma vergonha. Ou também quando Tadeu Schmidt criou o “É Muita Coincidência” sem entregar o prometido.

A última presepada

Afim de promover o BBB 22, neste domingo (30) o Show da Vida declinou na qualidade com uma matéria deprimente e insonsa sobre a vida de “comentaristas profissionais” do reality show. Foram entrevistados dois donos de páginas de fofoca na internet. A matéria em si foi tão rasa quanto suspeita.

Sem comprovação em dados de tudo o que foi dito, a repórter Ana Carolina Raimundi já pode até mesmo fazer ponta como atriz devido ao ótimo desempenho diante de um assunto tão pobre e uma matéria tão mal conduzida.

Nas redes sociais, vários questionamentos foram levantados sobre a relação de engano da Globo com seu próprio público, já que o apelo na busca pelo like não orgânico só comprova o quanto a emissora está perdida neste momento de crise criativa e corte de custos.

E como se não bastasse o bombardeio de “Malvadão” nos quatro cantos do universo cibernético, ainda completaram os minutos seguintes à matéria dos “profissionais de BBB” com uma outra sobre projeção do hit do momento. Foi de lascar!

O Fantástico precisa urgentemente resgatar a fórmula que o fez ser um verdadeiro o show da vida sem se preocupar em mudar a linguagem a fim de atender um público que não é e nunca será seu.

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Fonte: Observatório da Televisão