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Brasileiro descobre cérebro de vertebrado mais antigo do mundo

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Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade de Michigan, incluindo o doutorando brasileiro Rodrigo Figueroa, descobriram acidentalmente o que parece ser o cérebro de vertebrado mais antigo do mundo, com aproximadamente 319 milhões de anos. O curioso é que o peixe fossilizado já era conhecido há mais de 100 anos.

A descoberta do cérebro tão antigo só foi viável graças ao uso da tomografia computadorizada (TC). Como o fóssil do peixe extinto Coccocephalus wildi, do tamanho de um lambari, é único, nenhum tipo de análise com técnica destrutiva poderia ser usada.

Para além do caso do peixe, a equipe de cientistas busca descobrir outros detalhes inéditos da anatomia interna de peixes, como o cérebro recentemente identificado, que forneçam informações valiosas sobre a evolução neural das espécies. É o que indica o artigo sobre o caso, publicado na revista científica Nature, que tem Figueroa como autor principal.


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O que revela o cérebro mais antigo de um vertebrado já encontrado?

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Cérebro mais antigo de vertebrado é identificado por equipe com cientista brasileiro (Imagem: Figueroa et al., 2023/Nature)

O cérebro e nervos cranianos identificados no peixe medem aproximadamente 2,5 cm de comprimento. Segundo os autores, a descoberta revela detalhes sobre a evolução inicial do principal grupo de peixes vivos hoje — os com nadadeiras raiadas.

Por exemplo, o cérebro fossilizado é bilateralmente simétrico e contém espaços ocos semelhantes em aparência aos ventrículos. Além disso, a peça tem múltiplos filamentos semelhantes, pelo menos na aparência, com os pares de nervos cranianos.

Por que o cérebro do peixe foi preservado por milhões de anos?

De forma geral, os vestígios dos animais do passado são basicamente constituídos pelas partes duras do corpo, como ossos e dentes. Isso porque, no decorrer dos milênios, as partes moles tendem a entrar em decomposição. No caso específico deste peixe, algo inusitado ocorreu.

Após a morte do vertebrado, os tecidos moles do cérebro e os nervos cranianos foram, gradualmente, substituídos por um mineral denso que os preservou. É por isso que a TC conseguiu demonstrar a sua estrutura de forma tridimensional, por exemplo.

“Com as atuais técnicas de imagem modernas, eu não ficaria surpreso se descobríssemos que cérebros fósseis e outras partes moles são muito mais comuns do que pensávamos anteriormente”, comenta o cientista Figueroa, em comunicado. “A partir de agora, nosso grupo de pesquisa e outros colaboradores vão olhar para crânios de peixes fósseis com uma perspectiva nova e diferente”, acrescenta.

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Fonte: Canaltech