A Fase 1 dos estudos clínicos para a primeira vacina de RNA brasileira contra a covid-19 começaram nesta quinta-feira (13). Oficialmente, o potencial imunizante recebe o nome de RNA MCTI CIMATEC HDT e será testado na Bahia, em 90 voluntários de 18 a 55 anos.
- Estas são as próximas doenças que podem se tornar alvo de novas vacinas de mRNA
- Covid: como funcionará a vacinação de crianças no Brasil?
“É importante para o país ter soberania, autossuficiência e independência na produção de itens tão importantes para a vida dos brasileiros”, afirmou o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, durante o evento em que as primeiras doses da vacina experimental foram aplicadas.
#AoVivo: Ministro Marcos Pontes, do @mcti, está em Salvador (BA) e acompanha a aplicação da 1ª dose do estudo clínico da vacina nacional contra #covid19 em humanos. Nesta fase, será avaliado a segurança do imunizante RNA MCTI CIMATEC HDT. Acompanhe: https://t.co/CVrQE5F7wE
–
Baixe nosso aplicativo para iOS e Android e acompanhe em seu smartphone as principais notícias de tecnologia em tempo real.
–— TV BrasilGov (@tvbrasilgov) January 13, 2022
A pesquisa é conduzida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (SENAI CIMATEC) – Brasil. Além disso, conta com a parceria da biofarmacêutica norte-americana HDT Bio Corp, da RedeVírus MCTI e do MCTI.
Testes da vacina de RNA brasileira
Durante a Fase 1, os pesquisadores definirão a dosagem adequada e o regime de doses que deve estimular a melhor a resposta durável de anticorpos que neutralizam o SARS-CoV-2 no organismo.
“Vamos, agora, medir a resposta imunológica específica e avaliar a imunidade celular dos participantes”, explicou o médico infectologista Roberto Badaró, responsável pela pesquisa e pelo desenvolvimento da vacina.
De acordo com o cientista, a primeira fase do estudo deve ser concluída em três meses. Na fase 2, a equipe espera testar a fórmula em cerca de 400 voluntários e buscará definir a eficácia e segurança do imunizante. Caso os testes avancem conforme o esperado, em cerca de um ano a potencial vacina de RNA poderá ser disponibilizada para os brasileiros na luta contra a covid-19.
Como funciona a fórmula brasileira?
A potencial vacina brasileira é composta por duas partes, misturadas antes da aplicação: uma molécula de replicon de RNA (repRNA), e uma emulsão composta por água e um tipo especial de óleo e moléculas magnéticas, chamada de Lion. Esta parte é responsável por a proteger a molécula do repRNA e fazer o transporte até as células alvo no organismo humano.
Nas células humanas, o repRNA deve ser reconhecido como RNA mensageiro (mRNA) pelos ribossomos — estruturas que produzem as proteínas —, ou seja, uma espécie de receita para a futura proteção contra a covid-19.
A partir do contato com o repRNA, os ribossomos aprendem a fabricar proteínas específicas do coronavírus. Estas são expostas ao sistema imunológico e, dessa forma, o organismo aprende a identificar fragmentos do vírus da covid-19 como agentes invasores, produzindo anticorpos contra a doença.
Trending no Canaltech:
- Período de transmissão da Ômicron pode ser maior do que se imagina
- GitHub lista as 5 linguagens de programação mais usadas no Brasil em 2021
- Volvo C40 | Coupé elétrico pode ter versão mais barata no Brasil
- Ômicron não será a última variante do coronavírus; o que esperar das próximas?
- Benco V80s: celular com foco em privacidade não possui câmeras nem GPS
Fonte: Canaltech