Em relatório publicado na revista científica Brain Simulation no início de maio, pesquisadores relataram o caso de uma paciente que precisou ter seu implante cerebral removido após a empresa responsável pelo dispositivo falir.
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A paciente, chamada Rita Leggett, foi diagnosticada com epilepsia crônica grave aos três anos. Ela tentou várias opções de tratamento ao longo dos anos, mas nenhuma controlou a condição de forma eficaz. Aos 40, ela foi equipada com um dispositivo Neurovista, e finalmente viu a situação melhorar.
Conforme explicam os autores do relato, a paciente passou de uma média de três convulsões por mês para nenhuma, graças à eficácia do dispositivo. Além de controlar melhor sua condição, o dispositivo teve um impacto psicológico positivo.
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Entretanto, o estudo foi interrompido devido a restrições financeiras, o que exigiu a retirada do dispositivo do crânio da paciente. Depois de receber uma “ordem de rescisão” do fabricante, a paciente tentou recorrer para manter o implante, mas sem sucesso. Após a remoção do dispositivo, contra suas preferências, a equipe diz que ela sofreu danos psicológicos.
Sem a tecnologia, a paciente deixou de conseguir fazer coisas do cotidiano como dirigir ou até mesmo socializar. A equipe escreveu que o caso levantou preocupações éticas sobre os direitos dos pacientes que passam por esse tipo de procedimento.

“A ordem de remoção de um implante cerebral pode ter efeitos colaterais existenciais profundos. Foi mais do que apenas um dispositivo. A empresa foi responsável pela criação de uma nova pessoa”, afirmam os pesquisadores.
À equipe por trás do relatório, Rita chegou a relatar que nunca mais me sentiu tão segura e protegida quanto antes, e deixou de ser a mulher feliz, extrovertida e confiante que era enquanto se beneficiava do implante.
Implante cerebral pode mudar vidas
Não faltam exemplos de como esse tipo de dispositivo pode mudar a vida das pessoas. Em maio deste ano, cientistas do Lausanne University Hospital (Chuv), na Suíça, compartilharam o caso de um homem com paralisia que voltou a andar por conta de um implante cerebral.
Para que o rapaz voltasse a andar usando os seus pensamentos, a equipe médica implantou um dispositivo com eletrodos em seu cérebro, capaz de detectar sua atividade neuronal quando ele pensa em movimentar as pernas.
Além disso, um implante cerebral pode facilitar o tratamento contra o câncer: cientistas norte-americanos testaram recentemente um implante com um dispositivo de ultrassom no crânio e o uso de dois remédios quimioterápicos, paclitaxel e carboplatina. A terapia parece gerar resultados promissores.
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Fonte: Canaltech