A construção de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, continua causando polêmica. Após o empreendimento ter recebido autorização da União há alguns dias, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o definiu como “indesejável e imprudente”.
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De acordo com a agência, existiriam outras formas para a realização da obra. Além disso, foi dito que a SPE – Águas de Fortaleza não levou em consideração 11 recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC), em relação à proteção dos cabos submarinos no local.
Em declaração publicada no portal G1, a Anatel ainda adicionou que “reitera oposição à obra de construção da usina de dessalinização na Praia do Futuro nos termos do atual projeto, e recomenda alteração do projeto de construção para outro local dentre as opções avaliadas como possíveis”.
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Ademais, o órgão apontou que os responsáveis pela usina não apresentaram qualquer estudo detalhado para garantir que os dutos da usina não causarão danos nos cabos.
Trata-se de uma versão diferente em relação ao que já afirmou anteriormente a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) — segundo a companhia, o projeto já teria sido alterado para levar a obra para mais longe dos cabos.
Já a SPE apontou que “mais de 20 pareceres de órgãos técnicos ambientais” garantiram a segurança do projeto, sem risco para a infraestrutura de conexão.
Construção da usina pode afetar internet brasileira
De acordo com autoridades que argumentam contra a construção da usina, ela teria potencial para danificar os cabos e afetar a velocidade da internet em todo o Brasil. Fortaleza é um ponto de conexão do país com diversos outros locais do planeta, por conta de sua localização geográfica favorável e acesso ao oceano, entre outras características.
Composto por fibra óptica, o sistema de cabos submarinos é capaz de transmitir informações em alta velocidade, inclusive levando dados a outras cidades polos no Brasil, como o Rio de Janeiro e Santos.
Contudo, a manutenção destes cabos costuma ser um processo relativamente complexo e caro, e por isso é necessário evitar qualquer tipo de risco a esta infraestrutura. Além disso, a possível necessidade de aumentar a rede de cabos também pode trazer conflitos com a usina no futuro, dependendo da demanda de tráfego no Brasil.
As obras da nova usina devem ser iniciadas em março de 2024, com término previsto para o primeiro semestre de 2026. Quando completada, ela pode aumentar a oferta de água em até 12% na região metropolitana de Fortaleza.
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Fonte: Canaltech