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O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 256 milhões para reforçar as ações de vigilância sanitária e combate à dengue no país. A projeção de aumento de casos da doença no início do ano, devido à combinação de calor e chuva, aliada ao ressurgimento do sorotipo 3 do vírus, levou as autoridades a tomarem medidas preventivas.
As verbas serão destinadas às secretarias estaduais e municipais da saúde, com o objetivo de adquirir testes, remédios e equipamentos. O foco dos investimentos será no fortalecimento das ações de vigilância e contenção do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Além disso, o Ministério da Saúde irá estabelecer a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e zika. A intenção é preparar o Brasil para um aumento nos casos dessas doenças nos próximos meses.
A estimativa das autoridades é preocupante e está relacionada a dois fatores: os efeitos do El Niño e as mudanças climáticas, que causam chuvas e calor acima da média, e a confirmação da circulação do sorotipo 3 da dengue, que não era registrado no país há 15 anos.
De acordo com dados do governo federal, até 25 de novembro já haviam sido registrados mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil. Esse número é 22,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Até o momento, o sorotipo 3 foi detectado nos estados de Roraima, Acre, Amapá, Paraná, São Paulo e recentemente em Minas Gerais. Na última quinta-feira (30), um homem de Belo Horizonte testou positivo para a sorologia do sorotipo 3 da dengue, porém não foram divulgados mais detalhes sobre a infecção e o estado de saúde do paciente.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) explica que a dengue possui quatro sorotipos e a infecção por um deles cria imunidade contra o mesmo sorotipo. No entanto, é possível contrair dengue ao ter contato com um sorotipo diferente. Como poucas pessoas tiveram contato com o sorotipo 3, há risco de epidemia devido à baixa imunidade contra esse tipo.
Entre os sintomas da doença estão febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente e sangramentos na gengiva, no nariz ou na urina. Caso apresente algum desses sintomas, é importante procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima.
As medidas preventivas são as já conhecidas pela população: limpar os quintais para evitar água parada, que é criadouro do mosquito Aedes aegypti, e permitir a visita dos agentes de saúde para realizar vistorias em possíveis focos do mosquito.
Um estudo realizado pela Fiocruz em maio deste ano identificou o sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil após 15 anos. Os casos foram notificados em Roraima, na região norte, e no Paraná, no sul do país. Segundo os pesquisadores, a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia entre 2018 e 2020.
A chegada desse sorotipo ao Brasil traz preocupação, pois a linhagem identificada é diferente da que circulou no país no início dos anos 2000 e causou epidemias. Agora, há indícios de que poderemos enfrentar epidemias causadas pelo sorotipo 3 nos próximos meses ou anos.
É importante estar atento aos sintomas, adotar medidas preventivas e seguir as orientações das autoridades de saúde para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e reduzir os casos de dengue.
