O CEO da Tesla, Elon Musk, pediu que seus funcionários de fábrica não acelerem o ritmo de produção “como loucos” e foquem em eficiência e redução de custos, mesmo que isso signifique não bater completamente as metas de entregas de veículos até o final deste ano. O pronunciamento veio em um e-mail enviado aos colaboradores e obtido pela imprensa internacional, mostrando que a palavra de ordem atual para a montadora é redução de custos.
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A mensagem foi emitida na última sexta (26) e pede diretamente que o trabalho seja voltado para minimizar os custos das entregas de carros aos clientes, mesmo que isso signifique não atingir objetivos de produção. Para gestores e trabalhadores, isso significa evitar a contratação de funcionários temporários ou a realização de horas extras, além de evitar fretes expressos que garantam uma entrega mais rápida dos veículos a clientes que já realizaram a compra antecipada.
O pedido vem em meio a mais uma onda de problemas envolvendo a Tesla, com custos de frente cada vez mais altos e restrições portuárias que estão dificultando remessas internacionais. Enquanto as linhas de montagem na Europa e nos EUA ainda não atingiram os ritmos desejados pela empresa, os veículos vindos da unidade chinesa da montadora estão vindo de barco, mas demorando a chegar ao Velho Continente, em uma mistura de elementos que acabaram aumentando os custos das remessas.
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Musk também pede mais consistência no trabalho, já que uma análise histórica mostra que as unidades costumam acelerar entregas e frete ao final de cada trimestre para atingir as metas, com o ritmo caindo no início do período seguinte. É, afirma, um esforço desnecessário, que só envolve gasto de dinheiro e estafa, sem que, na prática, um número significativo de veículos adicionais chegue às mãos dos clientes.
Na carta, o CEO faz um pedido inusitado, para que seus gestores e colaboradores trabalhem como se a Tesla não fosse uma empresa de capital aberto e metas de fim de trimestre não existissem. Enquanto isso, os relatos de clientes apontam mudanças sucessivas nas estimativas de entrega de carros e esperas por modelos que podem durar meses, enquanto preocupações com financiamentos e empréstimos usados para a compra se acumulam.
Balança complexa
O pedido também vem após a Tesla anunciar os maiores ganhos trimestrais de sua história, com US$ 1,6 bilhão acumulados no terceiro trimestre de 2021, quando também bateu recordes de produção. Na ocasião, a companhia disse ter entregado mais de 627,5 mil carros neste ano, mas admitiu que os altos custos de frete e os atrasos na fabricação podem dificultar a obtenção da meta anual, que nem mesmo foi divulgada publicamente pela empresa.
Enquanto as declarações podem gerar desconforto para os clientes, o mercado reagiu bem, principalmente diante da alta no preço do petróleo que beneficia montadoras de veículos elétricos como a Tesla. A expectativa, inclusive, é de que a China se torne um mercado cada vez maior para carros dessa categoria, em uma ideia que, ao ser aproveitada pela montadora, também não deve soar muito bem aos consumidores americanos.
Enquanto isso, Musk continua utilizando uma malha de transportes complicada para garantir as entregas dos veículos já prontos aos clientes. Além dos navios que trazem unidades da China, ele também fala em caminhões e trens sendo usados para levar as máquinas da fábrica no estado americano do Texas para a costa leste dos Estados Unidos. Tudo isso enquanto ainda lida com o rebote da crise dos semicondutores e outros problemas que atingiram diretamente a indústria de tecnologia.
Entre recordes e pedidos, porém, a companhia não fala diretamente sobre o quão próxima está da meta de entrega de carros em 2021 — como dito, números detalhados não foram liberados, mas a expectativa, segundo os relatórios financeiros, seria de um crescimento de 50% em relação a 2020.
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Fonte: Canaltech