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Precursor e hegemônico: conheça o Arsenal, símbolo da tradição inglesa nas quartas da Champions Feminina

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Antes da ascensão, existem os precursores. E quando nós falamos do Arsenal, rememoramos história. Não há como ser diferente. Por isso, hoje precisamos voltar aos de 1987, quando era fundado o Arsenal Ladies. À época, Vic Akers, técnico e também fundador, assumiu o clube para marcar época. Até hoje, alguns recordes emplacados pelo inglês são difíceis de acreditar.

A glória foi quase imediata. Cinco anos depois de um início de projeto meio tímido devido ao próprio status do futebol feminino na época, a equipe conquistou, em 1992, a Copa da Liga Feminina, a primeira das muitas grandes conquistas que ainda viriam. Além da taça, o clube também garantiu naquele ano o acesso à elite inglesa. A hegemonia estava apenas começando.


A revolução chamada Arsenal

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Equipe teve plena dominância histórica | Ross Kinnaird/GettyImages

Nas duas décadas seguintes ao acesso, o Arsenal promoveu uma verdadeira revolução na modalidade. Sob comando de Akers, o time praticamente não conheceu nada além do topo. Foram 11 títulos nacionais, nove taças da FA Women’s Cup, dez troféus da descontinuada FA Women’s Premier League Cup e cinco títulos da FA Women’s Community Shield.

Estar consolidado no cenário local basta, certo? Não para Akers e suas comandadas. Impiedoso, o clube emplacou sete títulos consecutivos da elite inglesa entre as temporadas 2003/04 e 2008/09. Somado ao feito já histórico, o Arsenal também conseguiu se manter invicto no campeonato nacional por seis anos, totalizando 108 partidas sem derrota.

Tamanha grandeza não poderia ficar restrita aos gramados da Inglaterra. Foi então que, na temporada 2006/07, a equipe conquistou a Copa Feminina da UEFA – atual Champions League – ao bater o Umeå, da Suécia, na grande decisão. Até hoje, nenhum outro time inglês conseguiu repetir tal feito. Com vitórias, recordes e histórias na mala, Akers se despediu ao fim da campanha 2008/09.


Ostracismo e recuperação: um estudo em vermelho

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Pedro Losa fez parte da reconstrução dos Gunners | Ben Hoskins/GettyImages

Tony Gervaise, substituto de Akers, não durou muito. Depois de oito meses, um movimento até então pouco esperado colocou a treinadora Laura Harvey no comando do Arsenal. As mudanças aconteceram também na própria competição. A FA Women’s Premier League National Division tornou-se, em 2011, a FA Women’s Super League como conhecemos hoje.

Na temporada de estreia do renovado torneio, mais uma taça foi parar na galeria do gigante londrino. E, para surpresa de pouquíssimos, em 2012 o feito se repetiu novamente. Mas, como toda odisseia tem sua dose de desafios, um período de ostracismo longo demais para a grandeza da instituição estava começando. A equipe só voltaria ao topo da Inglaterra na campanha 2018/19.

Contudo, neste período também não houve nenhum grande jejum. Pelo contrário, o clube seguiu vencendo algumas edições das tradicionais Copas. A grande retomada aos anos dourados, no entanto, estava por vir. Sob comando do espanhol Pedro Losa, o Arsenal conheceu a grandiosidade de Daniëlle van de Donk, Kim Little, Beth Mead, Vivianne Miedema e Leah Williamson.


Joe Montemurro e o Arsenal Women Football Club

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Miedema está entre as estrelas do atual plantel | James Chance/GettyImages

Ironicamente ou não, Pedro Losa trabalhou na montagem do plantel que só foi se consagrar com Joe Montemurro. Em quatro anos, o australiano conduziu o grupo ao título da FA WSL da campanha 2018/19 e, claro, de volta à Champions League depois de cinco anos longe. Parece que o universo futebolístico estava de volta aos eixos.

Renomeado como Arsenal Women Football Club em 2017, hoje o clube de Manuela Zinsberger, Rafaelle, Kim Little, Caitlin Foord e Vivianne Miedema se encontra na liderança isolada da FA WSL e também nas quartas de final da Champions League, onde irá encarar o fenômeno alemão Wolfsburg. A tradição sempre encontra seu caminho de volta…


Arsenal e Wolfsburg se enfrentam nesta quarta-feira (23), às 17h de Brasília, no Estádio Emirates, em Londres.

Fonte: 90min